VIVÊNCIAS E DESAFIOS DA DOCÊNCIA: UMA EXPERIÊNCIA DEESTÁGIO NO CEITA

Autores

  • Erica Miranda Alves Autor
  • Natalia Jardim Ribeiro Autor
  • Damiana Antonia Coelho Autor

Resumo

Entre os meses de abril e junho de 2025, nós, acadêmicas do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Cora Coralina, Unidade Universitária de Itapuranga, realizamos o estágio supervisionado obrigatório no Colégio Estadual de Itapuranga (CEITA), instituição pública estadual de ensino. A experiência foi desenvolvida junto às turmas do Ensino Médio, sob orientação de um professor da disciplina de Geografia, conforme previsto nas diretrizes do curso. O estágio teve como principal objetivo proporcionar uma vivência prática das atividades docentes, com foco na observação das aulas e no acompanhamento do cotidiano escolar.

Durante o período de realização, acompanhamos de forma sistemática o desenvolvimento das aulas de Geografia, observando atentamente as estratégias metodológicas utilizadas pelo docente, a organização do tempo e do conteúdo, a dinâmica da sala de aula, bem como o comportamento e o nível de participação dos estudantes. Contudo, ao longo da realização do estágio, foi possível identificar uma série de desafios enfrentados pela instituição, sobretudo relacionados à falta recorrente de professores. Essa realidade compromete significativamente o pleno desenvolvimento das atividades escolares, gerando uma rotina marcada por improvisos, reorganizações constantes de horários e a necessidade de suprir lacunas provocadas pela ausência de profissionais.

Em razão desse contexto, a coordenação pedagógica da escola recorrentemente nos solicitou apoio em momentos de maior necessidade. Diante dessas demandas, fomos convocadas a assumir temporariamente algumas turmas, com o intuito de aplicar atividades previamente encaminhadas por professores ausentes ou pela própria equipe pedagógica. Essa atuação, ainda que limitada em termos de intervenção didática, nos colocou em contato direto com os estudantes, exigindo postura profissional, responsabilidade e organização. Trata-se de um aspecto que, embora não estivesse previsto inicialmente no plano de estágio, contribuiu de maneira significativa para nossa formação docente, na medida em que exigiu autonomia e capacidade de lidar com situações inesperadas e desafiadoras no ambiente escolar.

Além da atuação em sala de aula durante a ausência de professores, também prestamos apoio à coordenação pedagógica em atividades administrativas pontuais, como a separação e contagem de provas. Essas ações auxiliaram na manutenção do funcionamento da instituição em períodos de grande demanda e nos permitiram compreender mais profundamente as múltiplas dimensões do trabalho escolar.

A vivência no CEITA proporcionou uma importante aproximação com a realidade da educação pública, marcada por limitações estruturais, mas também por esforços contínuos de professores, coordenadores e demais servidores em garantir o funcionamento mínimo necessário para que os estudantes tenham acesso à educação. A falta de professores, longe de ser uma ocorrência pontual, revela-se como um desafio cotidiano, que impacta diretamente o processo de ensino-aprendizagem e exige, por parte da gestão escolar, soluções imediatas para evitar prejuízos ainda maiores aos estudantes. O estágio supervisionado, nesse sentido, cumpriu papel fundamental em nossa formação, não apenas ao permitir o contato direto com a prática pedagógica, mas também ao nos inserir em um contexto escolar real, com suas contradições, carências e possibilidades. A experiência possibilitou reflexões críticas sobre a profissão docente e reforçou nosso compromisso ético e político com a valorização da escola pública e a construção de uma educação democrática, inclusiva e de qualidade.

     

Publicado

2025-06-24