RO(BIOS)

HOSPITALIDADE, SUBJETIVIDADE(S) E TECNOLOGIA(S) DE SI PELO VIÉS PANDÊMICO/DISCURSIVO

Autores

  • Maria Aparecida da Silva Santandel UFMS
  • Ester da Silva Santandel UFGD

Palavras-chave:

Biopolítica. Discurso. Robótica. Subjetividade. Psicanálise.

Resumo

Este artigo propõe refletir sobre a hospitalidade ao fomentar subjetividade(s) na abordagem tecnológica startup, utilizada para reverberar o momento pandêmico presente no cotidiano brasileiro, com uso do robô “cuidador de pacientes”, intitulado Robios. Problematizamos o discurso tecnológico como mobilizador de efeito de sentido da telepresença no espaço hospitalar, ao mover subjetividades cunhadas na e pela hospitalidade. Nossa hipótese é de que, no século XXI, o acontecimento viral da COVID-19 fomentou o uso das ferramentas e dispositivos de saber/poder, por parte do Estado, que dinamizam a telepresença, estimulando no sujeito nova forma de se ver e de ser representado (visto), contribuindo para a dependência e/ou esvaziamento de si. Para essa abordagem, utilizamos o aporte teórico de Derrida (2003); Foucault (2006, 2010); Neves (2011), entre outros. Empregamos o método arqueogenealógico foucaultiano, presente na Análise de Discurso de Linha Francesa, guiado pela perspectiva qualitativa e pelos gestos interpretativos de (re)significação. O objeto do corpus constitui-se na materialidade discursiva existente em uma entrevista veiculada no Canal Youtube sobre tratamentos paliativos, intitulada Comunicação de más notícias em tempo de pandemia”. Os resultados, parcialmente obtidos, revelam a existência do fortalecimento da hospitalidade, principalmente quanto aos cuidados paliativos em relação à morte, amparada por dispositivos tecnológicos pelo quadro diferencial do viés pandêmico, em consequência de protocolos ditos adequados que assujeitam ao sequestro de si, enquanto promovem no sujeito uma nova (re)significação da vida e da ausência.

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Publicado

2021-05-29