ENGENHOS DE FOGO MORTO

LITERATURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA NA OBRA DE JOSÉ LINS DO REGO

Autores

  • Helton Marques UNESP-Assis

Palavras-chave:

Fogo Morto. História. Memória. Representação literária. José Lins do Rego.

Resumo

Em 1943, José Lins do Rego publica Fogo Morto, romance-síntese das narrativas que compõem o chamado “ciclo da cana-de-açúcar”, que representa o processo histórico gradual de substituição dos engenhos nordestinos pelas usinas mecanizadas nas primeiras décadas do século XX. Tendo isso em vista, o principal objetivo deste trabalho é apresentar uma análise interpretativa sobre as relações entre ficção, História e memória na obra de José Lins do Rego, sobretudo em Fogo Morto, com base em estudos que compõem a Fortuna Crítica do autor, organizada por Afrânio Coutinho. Almeja-se, com isso, concluir de que modo ocorre a representação literária das tensões dialéticas que envolvem tradição e renovação, presentes na obra de forma tensa, com o gradual declínio de um sistema econômico mercantil e colonial organizado pelos engenhos, e a expansão triunfal de uma economia de base pré-capitalista representada pelo surgimento das usinas, com seu novo modo de produção movido pelas máquinas.

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Publicado

2021-05-29