ENGENHOS DE FOGO MORTO
LITERATURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA NA OBRA DE JOSÉ LINS DO REGO
Palavras-chave:
Fogo Morto. História. Memória. Representação literária. José Lins do Rego.Resumo
Em 1943, José Lins do Rego publica Fogo Morto, romance-síntese das narrativas que compõem o chamado “ciclo da cana-de-açúcar”, que representa o processo histórico gradual de substituição dos engenhos nordestinos pelas usinas mecanizadas nas primeiras décadas do século XX. Tendo isso em vista, o principal objetivo deste trabalho é apresentar uma análise interpretativa sobre as relações entre ficção, História e memória na obra de José Lins do Rego, sobretudo em Fogo Morto, com base em estudos que compõem a Fortuna Crítica do autor, organizada por Afrânio Coutinho. Almeja-se, com isso, concluir de que modo ocorre a representação literária das tensões dialéticas que envolvem tradição e renovação, presentes na obra de forma tensa, com o gradual declínio de um sistema econômico mercantil e colonial organizado pelos engenhos, e a expansão triunfal de uma economia de base pré-capitalista representada pelo surgimento das usinas, com seu novo modo de produção movido pelas máquinas.
Referências
BARROS, Jayme de. Usina. In: COUTINHO, Afrânio (Dir.). José Lins do Rego (Coleção Fortuna Crítica). São Paulo: Civilização Brasileira, 1991.
CANDIDO, Antonio. Um romancista da decadência. In: Brigada Ligeira e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 1992.
_______________. Um romancista em decadência. In: COUTINHO, Afrânio (Dir.). José Lins do Rego (Coleção Fortuna Crítica). São Paulo: Civilização Brasileira, 1991.
CASTELLO, José Aderaldo. José Lins do Rego: Modernismo e regionalismo. São Paulo: Edart, 1961.
GUSMÃO, Clóvis de. A terra é quem manda em meus romances. In: COUTINHO, Afrânio (Dir.). José Lins do Rego (Coleção Fortuna Crítica). São Paulo: Civilização Brasileira, 1991.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução de Bernardo Leitão et al. Campinas: UNICAMP, 1994.
MONTEIRO, Adolfo Casais. O romance (teoria e crítica). Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.
PINTO, Rolando Morel. Introdução a Doidinho. In: COUTINHO, Afrânio (Dir.). José Lins do Rego (Coleção Fortuna Crítica). São Paulo: Civilização Brasileira, 1991.
QUEIROZ, Rachel de. Menino de engenho: 40 anos. In: COUTINHO, Afrânio (Dir.). José Lins do Rego (Coleção Fortuna Crítica). São Paulo: Civilização Brasileira, 1991.
REGO, José Lins do. Poesia e Vida. Rio de Janeiro: Universal, 1945.
_______________. Usina. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.
VILLAÇA, Antonio Carlos. O Moleque Ricardo. In: REGO, José Lins do. O Moleque Ricardo. 20. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1995.