AUTORAS CIBORGUES
UMA VIAGEM ENTRE CÉU E MAR PELO SCI-FI DE URSULA K. LE GUIN E ALINE VALEK
Palavras-chave:
Ficção Científica. Ciborgue. Escrita de mulheres. Ursula K. Le Guin. Aline Valek.Resumo
O presente trabalho tem como proposta uma reavaliação da condição da escrita de mulheres no gênero Ficção Científica pelo viés do mito do ciborgue conceituado pela crítica e teórica Donna Haraway (2019). Para Haraway, a figura do ciborgue é marcada como uma criatura pós-humana, uma matéria de ficção e também de experiência vivida. Assim, aproximamos as personagens Estraven, Gely Ai e Corina, respectivamente dos romances A mão esquerda da escuridão de Ursula K. Le Guin (1969) e As águas vivas não sabem de si de Aline Valek (2019), ao mito ciborguiano visando questões de (re)configurações, espaço, tempo e gênero que perpassam suas histórias. Para além, problematizamos similaridades do ciborgue às escritoras de sci-fi, uma vez que, a produção de mulheres na Ficção Científica confunde fronteiras e transgrede o espaço canônico cristalizado como masculino.
Referências
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