PRÁTICAS DE SUBJETIVAÇÃO DAS EX-ENCARCERADAS DO SISTEMA PRISIONAL FEMININO NO INTERIOR GOIANO

Autores

  • Gabriela Magalhães Sabino Universidade Estadual de Goiás
  • Luana Alves Luterman Universidade Estadual de Goiás

Palavras-chave:

Práticas de subjetivação, Cárcere feminino, Disciplina

Resumo

Resumo: Objetivamos, com este artigo, apresentar os resultados parciais de pesquisa sobre os processos de subjetivação de ex-presidiárias do interior goiano. Os enunciados das informantes são clivados por discursos que circulam a respeito do sistema carcerário feminino e revelam a ordem da dizibilidade sobre castigos, suplícios, saberes e poderes disciplinares. O corpus de pesquisa é composto por enunciados produzidos por egressas do interior do estado de Goiás e, no caso desta investigação, apresentamos a análise dos enunciados de duas informantes. Mobilizamos a fundamentação teórica da Análise de Discurso de linha francesa, que considera a relação indissociável entre língua, sujeito, contexto sócio-histórico e ideológico, além das considerações sobre os estudos foucaultianos acerca do cárcere, tais como: Em Defesa da Sociedade (1999), Segurança Território e População (2008),  Vigiar e Punir: nascimento das prisões (2014a) e A Ordem do Discurso (2014b). A metodologia consiste na coleta de dados por uma pesquisa de campo realizada por meio de entrevista estruturada. Como resultados, percebemos que as práticas de si por meio da disciplinarização do corpo das mulheres que estiveram encarceradas são permeadas pela biopolítica, pelo poder pastoral e, simultaneamente, pelo biopoder, pois alguns depoimentos paradoxalmente demonstram a exigência do poder disciplinar, útil e dócil, não violento, na prisão. Assim, analisamos como funcionam a ética e a estética das existências das mulheres pesquisadas.

 

 

Biografia do Autor

  • Gabriela Magalhães Sabino, Universidade Estadual de Goiás

    É mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI) da Universidade Estadual de Goiás (Câmpus Cora Coralina). Além de ser também Bolsista de Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade Estadual de Goiás, do Câmpus (Cora Coralina). Também é licenciada no curso de Letras-Português/Inglês e respectivas literaturas pela Universidade Estadual de Goiás (Câmpus São Luís de Montes Belos) (2020). Possui o curso de Língua Inglesa, nível avançado superior, pelo Centro de Cultura Anglo Americana (2018). Colaborou como monitora e bolsista de Desenvolvimento Institucional Nível I do Centro de Idiomas (UEG), com o projeto de extensão : "Ensino Básico de Língua Inglesa" (Nível III) e também já atuou na mesma condição, nos projetos de extensão: "Ensino Básico de Língua Inglesa (Nível I)" , "Ensino Básico de Língua Inglesa (Nível II)" além do projeto "Leitura, Interpretação e Produção Textual". Participou também do projeto de extensão "O Lúdico no ensino e aprendizagem de Língua Inglesa" lecionando para o 3° e 4° ano do Ensino Fundamental I no Colégio IV de Outubro (2016). Além disso, participou do grupo de estudo "Estudos de tendência da narrativa brasileira contemporânea. Foi voluntária VIC/UEG - Iniciação Científica no projeto de pesquisa "A Unidade Prisional Enquanto Lócus Significativo: Uma Abordagem Discursiva" VIC/UEG - Voluntário de Iniciação Científica. Atuou como professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa no Colégio Estadual Desembargador Hamilton de Barros Velasco (2016-2017) e também no Colégio Estadual Otaviano de Moraes (2017- 2019). Atuou como professora de Língua Inglesa, na Escola Bem- Me- Quer (Cidade de Goiás) (2020). Participante dos Grupos de Pesquisa: Grupo de Estudos do Discurso e de Nietzsche (GEDIN/UEG/CNPq), do Professor Dr. Guilherme Figueira Borges e no Grupo de Estudos e Pesquisas em Análises de Discursos (GEPAD/UPE/Câmpus Garanhuns).

  • Luana Alves Luterman, Universidade Estadual de Goiás

    Possui graduação em Letras- Português/ Vernáculas pela Universidade Católica de Goiás (UCG) (2004). É especialista em Formação de Professores de Língua Portuguesa pela Universidade Católica de Goiás (UCG) (2005). É mestre em Linguística (Análise do Discurso) pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística (UFG) (2009). É doutora em Linguística (Análise do Discurso) pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística (UFG) (2014). É pós-doutora pela Universidade Federal de Goiás (UFG) (2016) - supervisora: Eliane Marquez da Fonseca Fernandes. É pós-doutora pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar - PNPD/CAPES) (2018) - supervisora: Luzmara Curcino Ferreira. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Lingüística, atuando principalmente nos seguintes temas: Análise de Discurso, Lingüística, Cinema, Tridimensionalidade, Práticas de Ensino de Língua Portuguesa e Educação.Tem experiência no Ensino Superior em cursos de graduação em Letras, Secretariado Executivo, Administração, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Jornalismo e Marketing. Atuou em diversos cursos de pós-graduação lato sensu vinculados à UEG e a um da UFG. É professora do POSLLI (Pós-Graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade), no Câmpus Cora Coralina (Cidade de Goiás) - UEG.

Referências

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BUTLER, Judith. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo”. Tradução de Verônica Daminelli Yago Françolli. São Paulo. N-1 edições. Crocodilo Edições, 2019.

FOUCAULT. M. A ordem do discurso. 12. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
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_________.Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999. (Coleção Tópicos).

__________. Seguranca, territério, população: curso dado no College de France. edicão estabelecida por Michel Senellart sob a direção de Francois Ewald e AJessandro Fontana; tradução Eduardo Brandao; revisão da tradução Claudia Berliner. – São Paulo : Martíns Fontes, 2008.- (Coleção tópicos).
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________.Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987.

PEDROSO, Vanessa Alexsandra de Melo; JARDIM, Carlos Jair de Oliveira. O castigo Abstrato e o Castigo Concreto: eficácia da estrutura da crueldade institucional pela ausência do direito. In: Revista Sequência. Florianópoliis, n.81, p.202-225, abr. 2019. Disponível em:<http://scielo.br/pdf/seq/n81/2177-7055-seq-81-202. pdf>. Acesso em: 6 jan. 2021.

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Publicado

2021-05-29