PAPÉIS DE GÊNERO E POLIFONIA EM OLHO DE GATO, DE MARGARET ATWOOD
Palavras-chave:
Gênero. “Mulher”. Polifonia. Margaret Atwood. Olho de gato.Resumo
Neste artigo, pretendemos discutir os conceitos de gênero e polifonia, utilizando uma narrativa de autoria feminina. Para isso, faremos uma breve abordagem teórica a respeito da temática referida. Em seguida, analisaremos esses conceitos no romance Olho de gato, de Margaret Atwood. Esta narrativa é fonte para uma relevante pesquisa sobre os papéis de gênero, visto que a personagem, ao rememorar a infância, demonstra ser desvinculada dos códigos de conduta feminina predominantes em sua época, o que a faz sofrer opressões. Além disso, analisaremos as questões polifônicas, que são muito relevantes na constituição do romance. A narrativa é feita por uma quinquagenária, mas, ao mesmo tempo, traz a voz de uma criança de nove anos em primeira pessoa e no tempo presente. Com isso, podemos notar que a polifonia fica emergente nessa narrativa, com o mesclar das vozes de uma menina inexperiente e de uma senhora que se sente presa no passado, além de trazer outras vozes, das quais a personagem se apropria ao decorrer da narrativa. Para a realização desta discussão, nos ampararemos em um referencial teórico que aborda discussões acerca dos construtos sociais em relação ao feminino e sobre o conceito de gênero como Butler (2003); Hollanda (2019); Wolf (2019) e Lins, Machado e Escoura (2016). Além disso, refletiremos sobre a questões polifônicas vigentes na obra de Atwood, com autores como Bakhtin (1998) e Bezerra (2013).