VOZES NO ESCURO IDENTIDADE E RESISTÊNCIA NO RAP “O MUNDO É NOSSO” DE DJONGA

Autores

Palavras-chave:

Djonga, Rap, Identidades, Resistência, Negritude

Resumo

O discurso social e político é recorrente no rap, que pode ser caracterizado como uma expressão artística que dá voz ao povo negro, além de se constituir como instrumento que possibilita formação de comunidades gerando assim movimentos de resistência coletiva. O jovem Djonga despontou em 2016 no cenário do rap nacional com canções que discorrem sobre o lugar do negro na sociedade, discursando sobre experiências cotidianas, espaços urbanos marginalizados, violência policial, identidades e conflitos sociais. Este trabalho tem como objetivo geral analisar a letra de uma canção do rapper mineiro, com o intuito de refletir sobre a postura de enfrentamento crítico e de resistência na narrativa musical do compositor. Selecionamos a canção “O mundo é nosso”, do álbum Heresia, que foi eleito por voto popular como o melhor disco de 2017. Na obra em análise o rapper fala sobre pertencimento étnico, assumindo a necessidade de contar a sua própria história a partir de uma postura cidadã que incita pelo despertar da consciência do público em relação à realidade que os oprime. Assim, para o estudo de caráter qualitativo-interpretativista serão utilizadas, primordialmente, as contribuições teóricas de Orlandi (2004), Foucault (2006) e também os estudos culturais de Hall (2000, 2003). Concluímos que Djonga, através de suas rimas num canto quase falado, desvela os estigmas que foram criados no imaginário social rompendo o silêncio das vozes periféricas com letras politizadas e reivindicatórias. Além das reafirmações identitárias as canções retratam, de maneira geral, a discriminação social e racial e apontam para as inconsistências do sistema vigente ao tecer duras críticas ao Estado e a polícia.

Biografia do Autor

  • Célia Dias dos Santos, Universidade Estadual de Londrina

    Possui graduação em Letras (UEL), Mestrado em Letras (UEL) e Doutorado em Estudos da Linguagem também pela mesma instituição. Atualmente atua como professora colaboradora no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (UEL).

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Publicado

2023-09-30

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Trabalho completo