MIGRAÇÃO VENEZUELANA
A LINGUAGEM, A INTERPRETAÇÃO E A FILOSOFIA COMO ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA GARANTIR À DIVERSIDADE LINGUÍSTICA, IDENTITÁRIA E CULTURAL
Palavras-chave:
Migração, Linguagem, Hermenêutica, FilosofiaResumo
Neste artigo, procura-se compreender como a hermenêutica e a filosofia podem pela linguagem interpretar e realizar uma melhor aplicação da lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017, denominada de Lei de Migração, para garantir o direito a diversidade linguística, identitária e cultural de crianças migrantes venezuelanas nas escolas municipais de Boa Vista no estado de Roraima. A partir da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo sob uma ótica hermenêutica e filosófica faz-se uma reflexão sobre a linguagem na produção jurídica e na aplicação do direito, passando por autores que muito contribuem nesta seara do conhecimento, como Streck (2003), Streck (2007), Streck (2017) e Nascimento (2009). Como resultado, verificou-se que aplicabilidade da lei não se efetiva no caso real em decorrência de uma hermenêutica e de uma linguagem que não contribui para a aplicabilidade da lei. Diante disso, há que se concluir que a linguagem é essencial para a aplicação do direito, mas não é um mecanismo perfeito, diante da pluralidade de intérpretes e de significados existentes para a mesma norma jurídica, sendo que a hermenêutica filosófica desenvolve um papel fundamental no processo interpretativo. Espera-se que este estudo possa levar a uma reflexão entre o que a linguagem da lei explicita e a interpretação da mesma levando em consideração todas as diversidades no contexto social e histórico.
Referências
ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus, 1995.
BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz? 48. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2009.
BRASIL. Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017. Institui a Lei de Migração. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13445.htm> Acesso em: 12 junho de 2022.
CHARAUDEAU, P. Discurso das Mídias. São Paulo: Contexto, 2008.
DALLARI, D. A. Direitos humanos e cidadania. Moderna, São Paulo, 2004.
DELLAGNEZZE. R. A hermenêutica jurídica. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/72784/a-hermeneutica-juridica-parte-2-breve-analise-da-lei-de-introducao-as-normas-do-direito-brasileiro-lindb/4. Acesso em: 12 junho de 2022.
ERICKSON, F. Métodos cualitativos de investigación. In: WITTROCK, M. C. La investigación de la ensenanz. Barcelona- Buenos Aires-Mexico: Paidos, p. 195-299,1989.
HJELMSLEV. L. Prolegômenos a uma teoria da linguagem. Tradução: J. Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Perspectiva, 1975.
JAWORSKI. J., COUPLAND. N. The discourse reader. London: Routledge, 1999.
RICHARDSON, R. Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999,3ª ed.
STRECK, L. L. Dicionário de hermenêutica. Belo Horizonte: Casa do Direito, 2017
________. Hermenêutica Jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica da construção do direito. 7. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.
________. A jurisdição constitucional e as possibilidades hermenêuticas de Efetivação da Constituição: Um Balanço crítico nos quinze anos de constituição. Revista da EMERJ, v. 6, n. 23, 2003.
WARAT, L. A. Epistemologia e ensino do direito: o sonho acabou. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2004. v. II.