“COMO É QUE NÃO “XONA” NA ROÇA?”

UMA ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DO /R/ EM CODA SILÁBICA NAS MÚSICAS SERTANEJAS

Autores

  • Aline Kelen R. da Silva Universidade Estadual de Goiás
  • Marília Silva Vieira Pereira Universidade Estadual de Goiás

Palavras-chave:

Caipira, Sociolinguística, Identidade, Música sertaneja

Resumo

O objetivo deste estudo é analisar, sociolinguísticamente, a diferença identitária entre as gerações da música sertaneja por meio do uso das variantes do R em coda silábica presentes nas canções. Fundamenta-se em Amaral (1982), Antunes (2012), Eckert (2005, 2012), Hall (2015) e Labov (1972-2008). Este trabalho é desenvolvido à luz de uma abordagem da terceira onda de estudos da Sociolinguística Variacionista (Eckert, 2005, 2012), que usa a metodologia da primeira onda da Sociolinguística Variacionista (Labov, 1972-2008). Para a coleta dos dados foi selecionado um cantor /dupla de cada tipo de sertanejo, raiz e universitário, pertencentes aos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Após isso, foi selecionada uma música de cada cantor/dupla que foram analisados de acordo com as variáveis sociais: Variante dependente R; Música; Cantor/duplas; Estado; e Tipo de sertanejo. Este estudo contribui para uma reflexão sociolinguística sobre a análise da herança social em relação ao uso das variantes do R em coda silábica perante a construção da figura do caipira em nossa cultura.

Biografia do Autor

  • Aline Kelen R. da Silva, Universidade Estadual de Goiás

    Licenciada em Letras Português/Inglês, pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI).

  • Marília Silva Vieira Pereira, Universidade Estadual de Goiás

    Professora na Universidade Estadual de Goiás (UEG/Câmpus Cora Coralina), onde atua no curso de Licenciatura em Letras e no Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI). Pós-doutorado em Letras (2018) pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Doutora em Letras (2016) pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Estudos de Linguagens (2011). Licenciada em Letras Português/Espanhol (2009) pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Referências

AMARAL, A. O dialeto caipira. 4ª ed., São Paulo: Hucitec/Brasília: INL, 1982.

ANTUNES, E. De caipira a universitário: a história do sucesso da música sertaneja. São Paulo, Matrix, 2012.

BARIZON, M. C. A influência das novas mídias no desuso do dialeto caipira entre os jovens do interior paulista. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.

DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 16.

ERCKET, P. Variation, convention and social meaning. Paper Presented at the Annual Meeting of the Linguistic Society of America. Oakland, 2005.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 5. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2015.

LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Pennsylvania: University of Pennsylvania Press, 1972.

LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. São Paulo, SP: Parábola, 2008.

MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L (Orgs.) Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2004.

Downloads

Publicado

2025-03-12