CAMINHOS DECOLONIAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA
RECONSTRUINDO SABERES
Palavras-chave:
Linguística Aplicada, Formação de professores, Letramentos Crítico DecolonialResumo
Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a formação crítica do docente e dos discentes do curso de Letras Português, da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), no decorrer da disciplina de Linguística Aplicada, com base na teoria do Letramento Crítico Decolonial (Meniconi; Ifa 2024), a fim de corroborar para a formação inicial e continuada desses professores. Nesse sentido, respaldo-me nos pressupostos teóricos da Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2022; Fabrício, 2017), dos letramentos sociais (Street, 2014) e da Decolonialidade (Oliveira; Candau, 2010). Metodologicamente, a pesquisa se classifica como uma pesquisa-ação (Thiollent, 1986) de abordagem qualitativa (Godoy, 1995). Como metodologia de análise, utilizarei a Análise Textual Discursiva que é uma abordagem de análise de dados que transita entre duas formas consagradas de análise na pesquisa qualitativa que são a análise de conteúdo e a análise de discurso (Moraes; Galiazzi, 2007). Os dados serão construídos ao longo do semestre letivo 2025.2, na disciplina de Linguística aplicada, no curso de Letras Português da Universidade Estadual de Alagoas. Como fonte de análise, pretendo contar com: discussões em sala de aula, diários reflexivos (docente e discente), ensaio acadêmico, elaboração de oficinas e seminários abertos ao público. Ademais, espero que esta pesquisa possibilite a conscientiz(ação) sobre temáticas tão necessárias como o racismo, a violência de gênero, a homofobia, a xenofobia, a fome etc., a partir da linguagem enquanto prática social, promovendo o letramento crítico decolonial (Meniconi; Ifa, 2024) nos professores em formação inicial, para que possam propagar essas ações em suas salas de aula.
Referências
FABRÍCIO, B. F. “Repetir-repetir até ficar diferente”: práticas descoloniais em um blog educacional. Cadernos de Linguagem e Sociedade, v. 18, n. 2, 2017.
FREIRE, P. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Notas: Ana Maria Araújo Freire. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
GODOY, A. S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 3, p, 20-29, 1995.
KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Jess Oliveira (Trad.). Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LUKE, A.; FREEBODY, P. Critical literacy and the question of normativity: An introduction in Muspratt, S., In: MUSPRATT, S; LUKE, A.; FREEBODY, P. (Org.). Constructing Critical Literacies. Cresskill, New Jersey: Hampton Press, 1997.
MENICONI, F. C.; IFA, S. Letramento Crítico Decolonial. In: LANDUFO, F.; MATOS, D. (Orgs.). Suleando conceitos em linguagens: decolonialidades e epistemologias outras. Campinas, São Paulo: Pontes Editores, 2024.
MOITA LOPES, L. P. Gênero, sexualidade, raça em contextos de letramentos escolares. In: MOITA LOPES, L. P. Linguística aplicada na modernidade recente. São Paulo: Parábola Editorial, 2013, p. 227-247.
MOITA LOPES, L. P. Introdução: Linguística aplicada indisciplinar com base em uma ideologia linguística responsiva às teorizações queer. In: MOITA LOPES et al. Estudos queer em linguística aplicada indisciplinar: gênero, sexualidade, raça e classe. São Paulo: Parábola, 2022, 272 p.
MORAES, L.; GALIAZZI, M. do C. Análise Textual-Discursiva: processo reconstrutivo de múltiplas faces. Ciência & Educação, v. 12, n. 1, p. 117-128, 2007.
OLIVEIRA, L. F.; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 26, n. 1, p. 115-140, 2010.
RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento; Justificando, 2017.
SAID, E. W. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SILVA, N. L. Entre letrar e lutar: ressignificando narrativas por meio de uma pedagogia decolonial em língua portuguesa. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Linguística e Literatura. Universidade Federal de Alagoas. Maceió, 2023.
STREET, B. V. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. Trad.: Marcos Bagno. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1986. 108 p.
WALSH, C. Introducción. Lo Pedagógico Y Lo Decolonial: Entretejiendo caminhos. In: WALSH, C. (ed.). Pedagogías Decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re) existir y (re) vivir. Quito, Ecuador, 2013.
