A LÍNGUA COMO METÁFORA DE SILENCIAMENTO DA VOZ NEGRA FEMININA EM TORTO ARADO
Palavras-chave:
Feminismo negro, Silenciamento, Pensamento decolonial, Mulheres negras, Beco. Memória. Resistência.Resumo
O artigo aborda a opressão histórica das mulheres negras, refletida em sua exclusão e silenciamento, principalmente nos contextos de gênero e raça. A partir de uma análise interseccional, baseada no feminismo negro e no pensamento decolonial, o estudo investiga as estratégias de resistência dessas mulheres, tomando como metáfora o corte da língua de Belonísia em Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, que simboliza a perda da voz imposta pelo racismo e pelo patriarcado. Além disso, obras como Ensinando a Transgredir, de Bell Hooks, e O Pacto da Branquitude, de Cida Bento, são utilizadas para estender a discussão, apontando a educação libertadora e o combate ao pacto de exclusão racial como caminhos essenciais para que as mulheres negras possam reivindicar seu espaço e voz. O artigo propõe valorizar as vozes de autoras negras para que representem suas próprias histórias e experiências, em um esforço de escuta ativa e inclusão. Ao analisar essas obras, o estudo visa contribuir para o debate sobre a opressão, a resistência e o papel fundamental da educação e da reflexão crítica na construção de uma sociedade mais equitativa.
Referências
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