COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE SAPRÓFITAS E CARNÍVORAS EM VEREDAS

Autores

  • Diego de Souza Aguiar
  • Alcina Viana da Silva

Resumo

As veredas são caracterizadas por dois estratos bem definidos, um arbóreo que ocupa a maior parte da área e outro herbáceo contínuo, onde se encontra uma grande diversidade de espécies, constituindo assim vários microecossistemas nos quais ocorrem interações animal-planta pouco conhecidas. Associadas aos micro-ecossistemas existem plantas carnívoras e saprófitas, sendo as carnívoras vegetais autotróficos, que realizam fotossíntese e possuem adaptações para captura de microrganismos para complemento da alimentação, já as plantas saprófitas são aclorofiladas, e conseguem nutrientes a partir da associação com fungos micorrízicos, os quais degradam a matéria orgânica, fornecendo assim os nutrientes para as plantas. Diante a realidade da degradação das veredas, faz-se necessário ampliar o conhecimento acerca destes ambientes, os quais somados a outros estudos já realizados permitem agregar informações relevantes para subsidiar a conservação e o manejo sustentável desta fitofisionomia. O presente estudo objetivou conhecer a flora de Droseraceae, Lentibulariaceae e Burmanniaceae, presentes em duas veredas no município de Quirinópolis, sendo as áreas selecionadas com mais de 100m de diferença na altitude entre elas, buscando assim avaliar os aspectos florísticos em diferentes altitudes. O levantamento florístico ocorreu de outubro de 2013 a julho de 2014. Com coletas mensais, realizadas através de caminhamento, onde foram coletados indivíduos de plantas saprófitas e carnívoras em estágio reprodutivo com botões, flores ou frutos. A identificação das espécies ocorreu mediante a chaves analíticas e com apoio em bibliografias específicas. Foram amostradas duas espécies de Droseraceae (Drosera communis A.St.-Hil. e D. grantsaui F.Rivadavia); 13 espécies de Lentibulariaceae distribuídas em dois gêneros,  Utricularia amethystina Salzm. ex A.St.-Hil. & Girard. , U. subulata L., U. trichophylla Spruce ex Oliv., U. olivacea C.Wright ex Griseb., U. cucullata A.St.-Hil. & Girard., U. gibba L., U. hispida Lam., U. nana A.St.-Hil. & Girard., U. nervosa G.Weber ex Benj., U. pusilla Vahl., U. triloba Benj., Genlisea filiformis A.St.-Hil. e Genlise pygmaea A.St.-Hil. E três espécies de Burmanniaceae, (Burmannia capitata (Walter ex J.F.Gmel.). Mart. Burmannia flava Mart. e Burmannia alba Mart).  Entre as espécies de Drosera foi registrada a espécie D. grantsaui ocorrendo apenas na área onde a altitude é maior. Já Utricularia possui o maior número de espécies entre as plantas carnívoras e maior quantia de espécies registradas neste trabalho. Entre as espécies destacamos U. amethystina registrada apenas na área cuja altitude foi maior,  juntamente com U. subulata e U. trichophylla. Na área com menor altitude, destacamos U. olivacea, sendo o segundo registro da espécie para a região Centro-Oeste.  As espécies foram registradas em áreas antropizadas, indicando assim, que mesmo sendo plantas de pequeno porte e frágeis conseguem se adaptar às perturbações causadas pelos humanos. São poucos os estudos envolvendo estas plantas para a região, e existem outros diversos fatores a serem estudados. Assim, este trabalho requer uma continuação ampliando o conhecimento sobre a ocorrência e distribuição destas espécies em diferentes altitudes no país.

Biografia do Autor

  • Diego de Souza Aguiar
    Biologa, formada pela UFU e Doutora em Genética e Bioquimica com enfoque animal

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Publicado

2014-09-22