INVENTÁRIO DA ICTIOFAUNA DO CÓRREGO SÃO TOMAZ CACHOEIRINHA, RIO VERDE-GO

Autores

  • Juceli Augusto de Araujo
  • Lia Raquel de Souza Santos Borges
  • Rinneu Elias Borges

Resumo

 

O Brasil se destaca por apresentar uma alta diversidade de peixes de água doce, devido ao fato de que o território nacional inclui uma boa parte da Bacia Amazônica, além da segunda maior bacia do continente sul-americano, a Bacia do Rio da Prata e a terceira maior drenagem da região neotropical, o Rio São Francisco. Mesmo com a descrição anual de novas espécies, atividades antrópicas podem fazer com que inúmeros organismos entrem em extinção, antes mesmo de serem descritos. Por serem restritos ao ambiente aquático, são diretamente afetados por alterações químicas e físicas do corpo d’água, ocasionando mortalidade e até mesmo a extinção de espécies. Estudos sobre a ictiofauna na região Sudoeste do estado de Goiás ainda são muito escassos, trabalhos dessa natureza podem fornecem subsídios para que o manejo e as ações ambientais sejam realizados de formas correta. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo inventariar a ictiofauna do córrego São Tomaz Cachoeirinha, no Município de Rio Verde – GO. Foram selecionados oito trechos de coletas ao longo do Córrego São Tomaz Cachoeirinha, buscando diferentes fito fisionomias de matas de galerias e diferentes micro-habitats aquáticos. Três coletas foram realizadas durante os meses de setembro e outubro. Dois métodos de captura foram empregados: a) ativo, onde foi utilizado puçá; e b) passivo, utilizando oito armadilhas tipo covo, sendo disposta uma por trecho do córrego. Em média, as coletas ativas duraram cerca de 20 minutos por trecho do córrego, sendo o trecho considerado esgotado quando após 5 minutos de busca não se capturava nenhum individuo. As buscas passivas, com auxilio do covo e atrativos, foram deixadas por 30 minutos nos trechos amostrados. Os peixes coletados foram anestesiados e mortos com gelo e fixados em formol 10%, e posteriormente procedeu-se a identificação e contagem dos espécimes. Foram coletados 309 exemplares de peixes, pertencentes a duas ordens: Characiformes (Astyanax bockmanni, Astyanax fasciatus, Astyanax Bockmanni) e Siluriformes (Knodus moenkhausii). Characidae, com 298 indivíduos foi a mais representativa. Astyanax bockmanni e Astyanax fasciatus, com 201 e 74 exemplares amostrados respectivamente, foram as espécies mais representativas durante o estudo, sendo, portanto consideradas generalistas. Astyanax bockmanni estava presente em todos os trechos investigados e a Astyanax fasciatus observada em 4 dos 8 trechos  amostrados. A baixa riqueza observada no trabalho é esperada, visto que se trata de um rio de primeira ordem. Isso a  diversidade mais suscetíveis à alterações antrópicas, como urbanização, agrotóxicos e desmatamento. Sem o conhecimento das espécies que vivem neste sistema, estratégias de conservação em ecossistemas aquáticos são inviáveis.

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Publicado

2014-09-05