MAMÍFEROS NÃO VOADORES DA REGIÃO DAS PERDIZES, MUNICÍPIO DE QUIRINÓPOLIS, SUL DE GOIÁS
Resumo
Os mamíferos são considerados bons indicadores do estado de conservação do ecossistema, logo que são diretamente afetados pelo processo de fragmentação. Neste estudo nós inventariamos a comunidade de mamíferos não voadores em fragmentos de Cerrado da região das Perdizes, sul de Goiás. Foram realizadas 12 incursões a campo (agosto/2013 a julho/2014), com duração de quatro dias cada, em três fragmentos (1 e 3 floresta estacional, 2 cerrado rupestre). Os pequenos roedores e marsupiais foram capturados através do uso de armadilhas de metal: de arame e Sherman®. Nos fragmentos 1 e 3, as armadilhas foram dispostas em transecção (2-transecto/fragmento), com 10 armadilhas cada e permaneceram ativas durantes três noites, totalizando um esforço de 1440 armadilhas-noite. Uma mistura de banana, bacon e óleo de fígado de bacalhau foi usada como isca. Os mamíferos de médio e grande foram registrados por meio de: i) pegadas, ii) fezes, iv) tocas (no caso dos tatus), v) sons (como o de primatas) e vi) visualização. Foram registradas 31 espécies, distribuídas em 18 famílias, nas ordens: Didelphimorphia (4 espécies), Pilosa (2), Cingulata (2), Primates (2), Lagomorpha (1), Carnivora (8), Perissodactyla (1), Artiodactyla (3) e Rodentia (8). Cinco espécies estão ameaçadas de extinção: “tamanduá-bandeira” Myrmecophaga tridactyla, “onça-parda” Puma concolor, “jaguatirica” Leopardus pardalis, “lobo-guará” Chrysocyon brachyurus e “anta” Tapirus terrestris. Podemos concluir que a região das Perdizes mantem uma rica fauna de mamíferos, com destaque para as ordens Carnivora e Rodentia. Além disso, as localidades estudadas também apresentam espécies ameaçadas de extinção, o que demonstra a importância dessa área e de sua paisagem fragmentada para a manutenção da fauna de mamíferos do sul de Goiás.