A PERCEPÇÃO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA COM CÂNCER SOBRE O CUIDADO

Autores

  • Marcela Dias Albarnaz
  • Celeste dos Santos Pereira

Resumo

RESUMO

Introdução: As alterações na vida da criança com câncer são sentidas desde o início do tratamento. Quando há necessidade de hospitalização, um dos elementos fundamentais é estabelecer um relacionamento de segurança, tranquilidade e empatia com a equipe multidisciplinar. Desta forma, os efeitos nocivos causados pelo ambiente podem ser minimizados. O cuidado com a criança hospitalizada deve ultrapassar o físico, patológicos e terapêuticos. De todos os profissionais da saúde envolvidos na assistência, o enfermeiro tem papel destacado no cuidado. O conhecimento prévio da situação enfrentada e vivenciada pela criança levará a reconhecer o seu comportamento, facilitando o estabelecimento da comunicação, o que influirá absolutamente na excelência dos cuidados prestados. Objetivo: Conhecer a percepção da criança hospitalizada com câncer sobre o Cuidado. Método: Caracteriza-se como um estudo qualitativo (descritivo e exploratório), realizado em uma unidade pediátrica de um Hospital Universitário no Rio Grande do Sul, com crianças de 6 a 12 anos através de entrevista semi-estruturada e desenhos com o tema pré-definido. Resultados e Discussão: Para que haja compreensão das expressões das crianças hospitalizadas, percebe-se que é necessário haver um relacionamento sensível e em sintonia com os seus sentimentos, pois elas têm a capacidade de envolver-se e perceber o quanto o enfermeiro está disponível para elas no momento. A criança tem necessidade que este profissional ofereça, além do procedimento, um acolhimento, consolo e conforto. Outra necessidade apontada nas entrevistas é a inclusão dos pais, seus reais e primeiros cuidadores, no cuidado terapêutico. Estas crianças normalmente passam muito tempo hospitalizadas e os cuidados que são feitos em casa passam a ser feito por algum estranho. É determinante, em relação ao vínculo, que consigamos incluir os pais na rotina hospitalar. Outra questão observada é a necessidade da criança ser um agente atuante em seu cuidado. Muitas vezes elas passam mais tempo no hospital do que na própria casa e tem entendimento do que acontece em sua volta. A criança é considerada sujeito ativo do processo, onde é capaz de compreender o que se passa consigo e de elaborar um discurso coerente sobre sua doença, seu tratamento e seu sofrimento. Conclusões: As crianças entrevistadas, demonstraram compreender a doença e suas observações negativas estão ligadas a procedimentos que causam dor e desconforto. Quanto à percepção acerca do seu contato com hospitalização, concluímos que a criança aceita este ambiente, pois sabe da necessidade de realizar o tratamento, mesmo que contrariada, pois depende destes procedimentos para poder voltar para casa. Também podemos concluir que as crianças concordam de maneira mais fácil e sentem-se mais tranquilas quando o profissional da enfermagem explica o que será realizado. Portanto, sugerimos, que o tratamento com crianças e suas particularidades seja algo trabalhado desde o processo acadêmico até a vida profissional, em constante qualificação.

Palavras Chave: Pediatria; Cuidado; Enfermagem.

Downloads

Publicado

2014-11-22

Edição

Seção

Saúde