DIVERSIDADE Β DE ASTERACEAE EM CERRADO PÓS-QUEIMADA NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS – GO: UMA VISÃO BIOGEOGRÁFICA
Palavras-chave:
Cerrado, diversidade, Caldas NovasResumo
Introdução
Em ambientes onde o fogo é um evento comum, este atua como um agente de transformação e de interferência na estruturação das comunidades (MIRANDA et al., 2002; ODUM; BARRETT, 2007). O Cerrado é um ambiente altamente propenso à ocorrência de queimadas, principalmente durante a estação seca. Esse bioma apresenta forte sazonalidade com uma estação chuvosa e outra com período de estiagem. A vegetação do cerrado possui características que as permitem resistir ao período seco com queimadas. Considerando que as espécies eram as mesmas nas duas áreas de estudo e pela constatação em campo que as espécies na área queimada estavam rebrotando, nosso objetivo foi testar se as famílias de Asteraceae presentes na área queimada fazem parte de um conjunto anterior, então, espera-se que a similaridade de espécies encontradas entre os transectos dentro da área queimada será maior do que entre os transectos da área não queimada.
Revisão Bibliográfica
No Cerrado, muitas plantas principalmente as herbáceas, entram em um estado de dormência, o qual muitas vezes somente a parte subterrânea permanece viva até a próxima estação chuvosa. Essas plantas cujos sistemas aéreos morrem ou só desidratam fornecem uma grande quantidade de combustível para o fogo, com as herbáceas representando em média 94% dessa biomassa (MIRANDA et al., 2002; ODUM; BARRETT, 2007). O rápido reestabelecimento das herbáceas em áreas recém-queimadas pode lhes garantir vantagens competitivas. Logo que se reestabelecem, crescem e se reproduzem o mais rápido possível para explorar os recursos disponíveis na área. O reestabelecimento dessas espécies gera uma alteração no ambiente que pode acarretar no estabelecimento de novas espécies. A diversidade pode ser medida em diferentes escalas espaciais: em um hábitat específico (diversidade alfa), em todos os habitats de uma determinada região (diversidade alfa) ou pela diferença na riqueza entre hábitats (diversidade beta) (RICKLEFS, 2009; MIRANDA et al., 2002; ODUM; BARRETT, 2007).
Material e Métodos
O estudo foi realizado em duas áreas do Cerrado sentido restrito, uma área recentemente queimada e outra queimada há aproximadamente três anos em domínio do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas – GO. Os dados foram coletados no dia 06 de outubro de 2011 e consistiu no levantamento da abundância de indivíduos da família Asteraceae com rebrota nos dez transectos implantados e, por fim, realizamos o cálculo de diversidade β para cada área (queimada e não queimada) através das diferenças da composição e abundância entre os transectos via software Partition 3.0.
Conclusão
Quando calculamos a diversidade entre as áreas, observamos que a diversidade beta foi menor na área recentemente queimada do que na área queimada à aproximadamente três anos. Estes resultados apoiaram nossa hipótese de que a diversidade beta em áreas não queimadas é menor do que áreas não queimadas.
Referências
ODUM, E. P.; BARRET, G. W. Fundamentos de Ecologia. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
MIRANDA, H.S. et al. The fire factor. In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (Eds.). The Cerrados of Brazil: ecology and natural history of a neotropical savanna. New York: Columbia University Press, 2002, p. 51-68.