Tratamento da Leishmaniose Visceral

Autores

  • Taynara Teles de Deus Schmitt
  • Osvaldo José da Silveira Neto

Resumo

As Leishmanioses são doenças de características predominantemente urbanas. É considerada uma zoonose de grande importância, sendo que a OMS (Organização Mundial de Saúde) considera uma enfermidade de controle prioritário. Causadas por protozoários do gênero Leishmania, apresentam como vetor mecânico o flebótomo infectado do gênero Lutzomya. As Leishmanioses subdividem-se em duas formas: a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e a Leishmaniose Visceral (LV). A Leishmaniose Visceral, também conhecida popularmente como calazar, atinge o cão doméstico e apresenta mais de 400 mil novos casos e cerca de 50 mil óbitos por ano. Apesar de, em muitos casos, o cão não apresentar sinais clínicos da doença, ele continua sendo reservatório, podendo infectar outros mosquitos e, consequentemente, outros animais e humanos. Em se tratando do tratamento propriamente dito, ele é clinicamente satisfatório, retardando as manifestações clínicas no animal, porém o cão continua infectado o restante da vida. O tratamento de cães infectados no Brasil sempre foi um assunto bem discutido, pois mesmo tratado o cão continua sendo uma fonte de infecção para os insetos e além disso existe o risco de ocorrer a seleção de cepas resistentes de Leishmania. Por conta da problemática e risco da seleção de cepas resistentes, o uso de medicação direcionada para o tratamento de casos humanos não pode ser usada em cães, sendo proibido este uso. O uso de drogas, como a Miltefosine e a Glucantime, para o tratamento e possível cura da doença ainda é bastante discutida, visto que são consideradas bastante tóxicas para o animal, e pode levar a complicações adversas. Por mais que drogas sejam pesquisadas e colocadas no mercado, a melhor forma de prevenir a doença continua sendo o diagnóstico antecipado, somado a métodos eficazes de controle. No Brasil, foi autorizado o uso de Miltesonina para o tratamento de cães no final de 2016. Porém, ainda é necessário a regulamentação de como este tratamento será acompanhado e como serão organizadas políticas públicas a respeito disso.

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Publicado

2022-06-24