Manejo emergencial de um cão com edema pulmonar cardiogênico
Resumo
O edema pulmonar cardiogênico (EPC) é uma emergência médica causada pelo acúmulo de líquido no parênquima pulmonar, decorrente a uma cardiopatia grave do lado esquerdo do coração. O relato de caso teve como objetivo apresentar o manejo emergencial de um cão de 13 anos, sem raça definida, apresentando cianose, taquipneia e dispneia. Inicialmente, foi ofertado oxigênio por máscara e realização do exame físico, que evidenciou presença de sopro com frêmito. Logo após, administrou-se 0,2 mg/kg de butorfanol por via intramuscular e foi realizada coleta de sangue venoso para a realização de hemograma, hemogasometria, lactato e creatinina. Foi realizado exame de T-FAST que evidenciou presença de linhas B nos pulmões, alteração compatível com edema pulmonar. Diante dos sinais clínicos e exame de imagem, o diagnóstico presuntivo foi de edema pulmonar cardiogênico. Foi administrado por via intravenosa quatro bolus de 2 mg/kg de furosemida, com intervalos de uma hora e 0,2 mg/kg de pimobendam por via oral. Nos exames laboratoriais foi constatado hiperlactatemia e acidose respiratória. O animal foi submetido a oxigenoterapia, sendo monitorado a cada hora, frequências cardíaca e respiratória, saturação de oxigênio, coloração de mucosas e pressão arterial sistólica. Foi prescrito 4 mg/kg de furosemida, a cada seis horas, 0,1 mg/kg de butorfanol cada oito horas, 0,2 mg/kg de pimobendam e 0,4 mg/kg de benazepril a cada 12 horas. O exame de radiografia torácica foi solicitado após estabilização do paciente e evidenciou alterações pulmonares compatíveis com edema pulmonar e cardiomegalia. Diante do resultado, solicitou-se eletrocardiograma e ecodopplercardiograma, que sugeriram sobrecarga ventricular esquerda e insuficiência de valva mitral importante. Com a instituição do tratamento paciente apresentou normalização dos parâmetros após 24 horas, sendo a oxigenoterapia suspensa. Depois de passar por avaliação do cardiologista o paciente recebeu alta, sendo prescrito 0,2 mg/kg de pimobendam, a cada 12 horas, 0,4 mg/kg de benazepril 2,5 mg, a cada 24 horas, 3,2 mg/kg de espironolactona 20 mg, a cada 12 horas, e 1,6 mg/kg de furosemida, a cada 12 horas e retorno após vinte dias do início do tratamento. No retorno, o animal apresentava resposta satisfatória ao tratamento.