23. Vidas Secas, de Graciliano Ramos: descontinuidade narrativa e individualização da personagem
Resumo
Vidas Secas, publicado em 1938, surpreendeu o público brasileiro por dois motivos: pela descontinuidade narrativa e pelo narrador que, numa espécie de fusão com a personagem, revela não apenas o que ela está fazendo, mas, também, o que está pensando, por meio do discurso indireto livre. Essas duas características do romance, juntamente com suas outras particularidades, que inscrevem essa obra no cânone da Literatura Brasileira, constantemente chamam a atenção do leitor de Graciliano Ramos e merecem ser analisadas e discutidas sempre que se fizer oportuno, pois, ao desenvolver a análise literária, o leitor sai de sua zona de conforto para adentrar no conhecimento mais profundo da estrutura narrativa.