O ENTRE – LUGAR DOS SUJEITOS CONTEMPORÂNEOS: UMA LEITURA DE CIDADE DE DEUS E INFÂNCIA ROUBADA
Resumo
O ser humano é um ser sociável. Sendo assim, as relações que estabelece com seus semelhantes e suas respectivas consequências são de muita valia aos estudos das ciências humanas. Na Idade Moderna e pós moderna, as possibilidades de relacionamento intercultural tornaram-se muito maiores e mais diversas, levando-se em conta fatores importantes como industrialização e globalização. Dessa maneira, as artes também se adaptaram a esse contexto de pluralismo cultural e social, passando a se interessar pelas diversas perspectivas de exploração do sujeito contemporâneo. Para tal interesse, obras cinematográficas como o filme Cidade de Deus, do brasileiro Fernando Meirelles e Infância roubada, do sul-africano Gavin Hood, são de grande valia, pois conseguem dialogar com a realidade social das favelas e de seus habitantes e, além disso, levantam uma discussão muito importante sobre mais uma característica das sociedades pós-modernas: a animalização sofrida pelos que ocupam posições desprivilegiadas. Ambos os filmes comungam da perspectiva pós colonial de permitir que os sujeitos protagonistas falem por si. O objetivo desse trabalho é utilizar o cinema e a influência que ele pode exercer dentro do contexto dos estudos pós coloniais, com foco nos dois filmes já citados – Cidade de Deus e Infância Roubada - e em bibliografias afins, para buscar reflexões sobre a complexa configuração e organização das relações culturais e sociais na pós modernidade, com foco nas características do cinema de transportar o telespectador para universos singulares, utilizando-se de seu poder para desconstruir modelos mal vistos pelo senso comum.
Palavras chave: cinema; pós colonial; favela.