O CONFICCIONAL NAS CRÔNICAS DE FABRÍCIO CARPINEJAR, UM ESCRITOR HÍBRIDO: SEU ITINERÁRIO DA PROSA À POESIA
Resumo
Este trabalho desenvolve-se a esteira do viés de que o campo literário foi constituído as margens da sociedade, e, portanto as obras literárias são em si, um reflexo das relações sociais. Por intermédio desse pressuposto, é objetivo deste estudo mostrar como a prosa e a poesia, dois gêneros que fomentam uma hibridização, oscilando entre si, constituem a prosa poética, forma esta que em muitos casos pode ser também transpassada pela lírica. Esse processo de hibridização dos gêneros foi impulsionado a partir do teor moderno, pois a modernidade propiciou aos autores uma nova estética dentro na criação literária. Para efeito de análise, utilizaremos as crônicas de Fabrício Carpinejar a fim de comprovar tais fatores, pois trata-se de um escritor contemporâneo, e mesmo que seus textos sejam escritos em prosa, não obstante verificamos vestígios poéticos, além disso, constataremos também nos textos carpijeanos uma busca incessante pela representação do homem moderno. O que propomos ao longo desta análise é contribuir para que, ao realizar o estudo de uma obra literária, o leitor passe a considerar o contexto social de determinada época e, a partir de então, possa valorizar a produção literária como um dos grandes fatores de construção da identidade nacional. Nesse sentido, caberia, pois, ao escritor expressar e/ou evidenciar, dentro do contexto de criação de sua obra, a preocupação com os aspectos sociais vigentes em certo período, sendo eles, políticos, sociais, econômicos, dentre outros. Para subsidiar esse trabalho, o mesmo encontra-se fundamentado em autores como Adorno (2003), Baudelaire (1996), Benjamin (1989), Bordieu (2002), Candido (2000), Moisés (1970) entre outros.