História, literatura e memória - Uma análise da obra K.
Palavras-chave:
Litetatura, memória e históriaResumo
Esta comunicação pretende analisar a relação entre literatura, história e memória a partir da obra literária K.
Escrito por Bernardo Kucinski, o texto relata a busca desesperada de um pai pela filha desaparecida em 1974 durante a ditadura militar. Trata-se de um escrito que utiliza elementos de ficção, memória e fatos históricos que nos permitem explorar o diálogo e as possibilidades entre as narrativas históricas e ficcionais.
O intrincamento dessas duas narrativas repete o mesmo impasse: a representação presente de uma coisa ausente. O escritor de história faz um pacto diferente do autor de ficção porque vai reconstruir fatos, personagens que existiram anteriormente. Mas ambos se utilizam de artifícios retóricos com argumentos levantados na preocupação de convencer o leitor.
Estudiosos como o filósofo Paul Ricoeur, o crítico literário Marcio Seligmann e o historiador Jacques Le Goff mostram a importância de um estudo mais próximo entre a memória e o testemunho com as narrativas ficcionais e históricas, já que ambas as narrativas se utilizam da memória individual e coletiva e suas imagens para narrar o passado.
Com o intuito de aproximar os estudos da memória às narrativas históricas e ficcionais, pretendo analisar e apresentar neste Congresso a obra literária K da perspectiva da testemunha que presenciou os fatos históricos (tornando-se também vítima das atrocidades cometidas em nome do Estado) e elaborou uma narrativa ficcional a partir de suas memórias.
Palavras-chave: História, Literatura, Memória.