O CONCEITO DE HISTÓRIA EM HANNAH ARENDT: O SABER HISTÓRICO COMO ANTINOMIA TELEOLÓGICA.
Resumo
O conceito de história em Hannah Arendt é a antinomia do “fazer história” da maneira moderna, em especial das meta-narrativas que foram influenciadas pelas filosofias da história de Hegel e Marx. Para a autora a escrita do passado é um diálogo entre o historiador e os fenômenos políticos originários, independente de qualquer estruturação teleológica. Assim, o élan que existe entre as pessoas (inter-subjetividade) e os objetos (mundaneidade) se “relacionam e interligam” através da capacidade de mediação entre o “objeto” (natural) e o “mundano” (subjetivo) para tornar inteligível a coexistência em um mesmo espaço. Nesta análise a categoria de tempo é definida pela ação, composta conceitualmente, pelas noções de imprevisibilidade e irreversibilidade, que invertem o sentido histórico construído pelo pensamento moderno, no qual o passado governaria o presente e desvelaria o futuro, através da ideia do progresso. Propondo assim, o conceituar o passado como um discurso vinculado ao termo aparição (aletheia), no qual as semânticas contidas nos léxicos possibilitam um caminho para a genealogia conceitual, revelando o que está encoberto pelos usos e abusos em que um evento foi condicionado ao longo do tempo. Nesta teia de relações humanas é que se revela a distinção e a singularidade entre os homens, tecendo as vivências na construção das identidades através do discurso e do estabelecimento do novo inicio (initium) pela ação. Estas noções sobre o saber histórico desenvolvem o primado do seu conceito de História.
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1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
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