A memória traumática em "Diário da queda", de Michel Laub

Autores

  • Débora Beatriz Messias dos Santos
  • Tálita Vicente Parreira
  • Alex Bruno da Silva

Resumo

Na contemporaneidade aspiram tendências que remetem ao estudo de narrativas construídas com enlace na memória, sendo ela coletiva ou individual. Dessa forma, quando se trata do contemporâneo remete-se à efemeridade e certa singularidade de relacionar-se com o próprio tempo, pois existem complexidades no que tange o termo em tela. Portanto, em narrativas como Diário da Queda (2011), de Michel Laub, encontramos vestígios de uma memória fragmentada na qual contempla uma das linhas de força da narrativa contemporânea. Neste romance, o protagonista tem sua vida afetada diretamente por uma memória traumática que acarreta diversos conflitos, tanto no âmbito familiar quanto na vida pessoal/social, pois o trauma se concretiza e se entrelaça na memória transmitida do avô para o pai, até chegar às lembranças do protagonista. A memória do avô, que viveu o trauma de Auschwitz, permeia a vida do narrador mesmo que ele não tenha sido afetado por ela. Nesse sentido, elaborar o passado é uma forma de impedir que situações como o trauma do holocausto, trabalhado na obra, se repita e se consolide na memória coletiva de forma articulada, dado que, a memória individual já consiste em rastros que na maioria das vezes não se reelaboram, pelo fato do esquecimento ser natural e fortalecido dia após dia. Desse modo, este trabalho visa estudar as relações entre memória, história e trauma a partir das considerações de autores como Agambem (2009), Gabnebin (2009), entre outros. Assim, a metodologia contempla estudos teórico-críticos sobre a memória e o trauma para analisar de que forma a configuração do romance dialoga com as lembranças de Auschwitz, possibilitando discussões até os dias atuais. O trauma, a memória e o esquecimento natural são artifícios muito presentes nas artes e exigem reflexões cruciais de cunho ético e cultural. O estudo é fruto de pesquisas sobre as tendências e as formas da narrativa brasileira contemporânea.

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Publicado

2019-08-09