PERFIL DE NITROGÊNIO UREICO NO LEITE E ASPECTOS NUTRICIONAIS DE REBANHOS LEITEIROS DO OESTE GOIANO
Palavras-chave:
bovinos, nutrição e alimentação, qualidade do leite, rúmenResumo
A ureia é uma pequena molécula neutra que facilmente se dissemina entre as membranas. Sendo o leite produto da secreção da glândula mamaria, a uréia difunde-se para dentro ou para fora dela, se equilibrando com a uréia plasmática. Concentrações elevadas de nitrogênio protéico no leite determinam menor rendimento na indústria, no que diz respeito a produção de queijos, sendo que, parte da Eficiência reprodutiva como quanto à taxa de concepção podem ser reduzidos em até 20% quando detectados excessos acima de 19-20 mg/dL nos níveis de nitrogênio ureico no leite e sangue. Amostras de 40 mL de leite cru refrigerado dos tanques de expansão foram coletadas assepticamente, em três repetições, em 30 propriedades rurais na região Oeste do Estado de Goiás, no período de setembro de 2013 a junho de 2014, as cidades de coleta foram: São Luís de Montes Belos, Silvolândia, Paraúna, Caiapônia, Fazenda Nova, Palmeiras, Palminopolis e Varjão. Todas as propriedades tinham como animais leiteiros os da raça Girolando, observou-se que os tanques eram individuais e a média de animais por rebanho era de 27 animais. As amostras foram transportadas sob refrigeração ao Laboratório de Qualidade do Leite da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (LQL/EVZ/UFG), para a verificação do perfil nitrogênio não proteico (ureia). A análise de ureia foi determinada com o equipamento Chemspeck 150 da Bentley Instruments, por meio de um método enzimático e espectrofotométrico. Foi aplicado também um questionário que engloba o manejo nutricional adotado pelas propriedades avaliadas. O objetivou-se determinar o perfil do nitrogênio ureico do leite, correlacionando-o com a dieta utilizada em propriedades leiteiras do Oeste Goiano. De acordo com a recomendação da Clínica do Leite ESALQ−USP concentrações de NUL entre 10 a 14 mg.dL-1 estão dentro do padrão normal, no entanto, se estabelecem de 10 a 16 mg.dL. Com base nos resultados de NUL do rebanho, observa-se que 13 amostras (43,33%) resultados apresentaram-se em acordo com o preconizado. Considerando os aspectos nutricionais, observou-se que 83,90% (25) dos produtores utilizam a cana-de-açúcar na forma in natura, e que 60% utilizam ou já utilizaram silagem de milho, valor considerado baixo, uma vez que a região apresenta sazonalidade definida, com épocas de seca prolongadas. Outra forma de suprir principalmente as exigências nutricionais, é o fornecimento de ração concentrada, esta encontrada em 40% das propriedades, valor considerado alto, pois possui alto custo de aquisição, em relação aos custos da correção da fertilidade do solo, que permitiria maior produção de forragem para os animais, que, na maioria das vezes, seria suficiente para manter os níveis de produção de leite alcançados nestas propriedades, além de garantir um excedente de alimentos volumosos para alimentar os animais nas épocas de escassez de forragens. concluiu-se portando que os rebanhos leiteiros avaliados, apresentaram-se com um perfil nutricional aquém de suas capacidades produtivas.