Fernanda Rocha Bomfim
Universidade Estadual de Goiás
Resumo
A arte é entendida historicamente como um fazer remoto aos critérios estabelecidos pela antiguidade. As obras artísticas eram consideradas artefatos fabricados com um único propósito, enaltecer o artista. Neste período, a arte era apreciada em razão da eficiência técnica nela demonstrada e também pela apreciação moral ou social dos seus efeitos, já que era considerada como algo que atendia a um determinado interesse, ou seja, ao público que a compreendia culturalmente. Com a sequência de estudos, já não prevalecia mais o desinteresse, a atitude estética aparecia como um modo especial de atenção prestada aos objetos, evidenciando uma forma diferente de representá-los e contemplá-los, tornando possível uma atenção centrada impreterivelmente na sua presença sensível, na forma mais bela que se exibe pela sua finalidade que exageradamente se tornará sem fim. Desse modo, este trabalho pretende mostrar por meio de pesquisa bibliográfica a atitude desinteressada que se impõe um tipo característico de percepção: a estética da tradução, que destaca a possibilidade de contemplação, compreensão e fruição de belezas, embasadas, em Kant, no livre jogo que implica uma associação entre imaginação, entendimento e tradução ou vice versa. Para tanto se utilizará de autores como: Berman (2002), Abrams (2004), Aguiar (2000), Benedetti (2005) Benjamim (2001). Esse desinteresse impõe a presença da obra como uma finalidade sem a representação de um fim, capaz de agradar universalmente e sem conceito. Enfim, a proposta deste é examinar, no contexto da arte literária, os princípios básicos para a compreensão dos modos de experimentação estética, feito por meio da tradução, observando as dimensões lúdica, criativa, formativa, comunicativa e processual que são colocadas como esteios de conduta para abertura à recepção.
Biografia do Autor
Fernanda Rocha Bomfim, Universidade Estadual de Goiás