A VOZ DOS SUJEITOS ESCOLARES: O GÊNERO DISCURSIVO POEMA NA PROBLEMATIZAÇÃO AMBIENTAL DA CIDADE DE ITAPURANGA – GOIÁS

Resumo

Este trabalho tem por objetivo analisar e refletir sobre a utilização do gênero discursivo poema na problematização ambiental referente à poluição do Rio Canastra, afluente que abastece a cidade de Itapuranga-Goiás. Instigadas pela atitude contextual e consciente da professora, decidimos analisar como uma abordagem crítica do gênero discursivo poema pode torná-lo mais próximo da realidade do aluno, deixando de objetificá-lo apenas como fo(ô)rma de materialização das ideias e sentimentos de grandes cânones da literatura. Para tanto, nos fundamentamos inicialmente nas teorias sociointeracionistas a respeito dos gêneros do discurso propostas por (BAKHTIN, 1997), bem como na perspectiva crítica de letramento orientada por (STREET, 2014). No que diz respeito à investigação do trabalho com gêneros no ensino médio, tomamos como referência as concepções de teóricos que discutem as abordagens dos gêneros discursivos em sala de aula, dentre eles (SILVA E BEZERRA, 2014; OLIVEIRA; 2012; TAVARES, 2015). A pesquisa teve como método a abordagem qualitativa e os instrumentos utilizados foram a observação de aulas com registro de notas de campo, análise dos poemas produzidos e utilização de diários reflexivos das pesquisadoras. O contexto da investigação foi uma turma do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública estadual da cidade de Itapuranga, no interior do estado de Goiás. Os resultados obtidos indicam uma melhor aceitação e compreensão do gênero estudado por parte dos alunos, uma vez que a ele foi atribuída uma função social representativa de um problema que parte de suas realidades. Ora, tratou-se também de uma aula interdisciplinar e extremamente participativa, suscitando questões relacionadas às vertentes naturais e humanas relacionadando- as a um assunto que os alunos bem conheciam. Logo, a fuga do tradicionalismo pedagógico instigou uma aula com alunos motivados e reflexivos, vista a evocação de práticas discursivas epistemológicas de promoção da escrita e leitura da cidade como texto.