REESCRITURAS FÍLMICAS DE NARRATIVAS FEÉRICAS: UM ESTUDO DO CONTOS DE FADAS “JOÃO E MARIA”, DOS IRMÃOS GRIMM, E DO FILME JOÃO E MARIA: CAÇADORES DE BRUXAS

Resumo

A presente comunicação intenta apresentar uma leitura do conto de fadas tradicional “João e Maria”, dos Irmãos Grimm, e sua reescritura fílmica João e Maria: caçadores de bruxas (Hansel ԑ Gretel –witch hunters), lançado em 2013, com roteiro de Dante Harper e direção de Tommy Wirkola. Desse modo, para desenvolvermos nossa pesquisa a dividiremos em três tópicos. No primeiro, discorreremos sobre a origem dos contos de fadas, seus elementos e seus principais recolhedores. Nesse tópico, destacaremos, principalmente, o papel primordial de Jacob e Wilhelm Grimm – os Irmãos Grimm –, que, ao publicarem, em 1812, a obra Contos da infância e do lar (Kinder-und Hausmärchen), contribuíram para a divulgação, a predileção e a consagração dos contos de fadas. Para tratarmos o assunto, adotamos como referencial teórico os estudos realizados por Abramovich (1997), Arroyo (2011), Coelho (1998, 2000, 2003), Lajolo e Zilberman (2003), Merege (2010); Propp (2002) e Tatar (2004). No segundo, abordaremos as reescrituras fílmicas de contos de fadas, tecendo considerações a respeito da fidelidade ou da recriação, tendo em vista que literatura e cinema constituem sistemas semióticos distintos. Além disso, elencaremos algumas narrativas feéricas que já foram adaptadas para o cinema, evidenciando que tais narrativas são constantemente retomadas. Como embasamento para nossa pesquisa, adotamos as discussões propostas por Aumont (2000); Johnson (1982); Pellegrini (2003), Stam (2003), Vanoye e Goliot-Lété (1994) e Xavier (2003). No terceiro e último tópico, analisaremos o conto tradicional “João e Maria”, dos Irmãos Grimm, e sua reescritura fílmica João e Maria: caçadores de bruxas, salientando pontos divergentes e convergentes quando ocorre o processo de deslocamento narrativa/filme. Para as análises, apoiamo-nos em algumas pesquisas realizadas na área, como, por exemplo, as de: Bettelheim (2002), Burlamaque e Zanata (2012); Corrêa (2006); Corso e Corso (2006); Machado (2002); Ribeiro e Franca (2009); Silva (2003, 2009); Silva e Rocha (2008).