DO IMPRESSO À PELÍCULA: TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA E CONFIGURAÇÕES DA (HOMO) AFETIVIDADE FEMININA EM A COR PÚRPURA, DE ALICE WALKER

Autores

  • Edimar Pereira da Silva UEG

Resumo

O presente estudo visa tecer uma reflexão a respeito dos elementos do diálogo intersemiótico entre o romance epistolar A Cor Púrpura, de Alice Walker (1982) e a adequação fílmica, homônima à obra, digirida por Steven Spielberg (1985). Nesse sentido, objetiva-se, assim, promover um diálogo entre essas duas formas de produção cultural, visando indicar as aproximações e convergências da temática da (homo)afetividade feminina presente nas relações decorrentes do intercâmbio entre as obras desses autores. Para tanto, embasamo-nos nas teorias de Hall (2006); Foucault (2006); Bourdieu (2008) e Butler (2010), ao discorrerem sobre questões de identidade, gênero e sexualidade, com a finalidade de reportarmos tais implicações relevantes atualizando-as ao contexto da contemporaneidade. Como resultado, podemos afirmar que, a partir da utilização do método histórico-comparativo, devido à natureza do objeto investigado, foi possível inferir a associação da configuração sexual evidenciada no jogo entre Literatura e Cinema, explorando a questão da homossexualidade feminina no sentido da afetividade e não propriamente da sexualidade em si. Pode-se afirmar, em síntese, que a reflexão pós-moderna sobre tradução, diferentemente do pensamento tradicional – transposição do meio-, pressupõe a prática tradutória como trabalho de interpretação, o qual é realizado por um sujeito situado histórica e ideologicamente, considerando tanto linguagem, como ideologia. O tradutor, ao produzir significados, ao interpretar o texto a ser traduzido, é orientado pelas condições de produção nas quais está inserido. Tal conceito, amplia assim, nossas discussões para outras áreas de conhecimento, ou seja, sobre as interações possíveis entre os fenômenos culturais.

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Publicado

2018-10-13

Edição

Seção

GT 3 (2015) - Literatura, Artes e Mídias