IMAGEM DA MULHER NAS PASTORELAS DE AIRAS NUNES E D. DINIS: MITO E SIMBOLISMO NO IMAGINÁRIO MEDIEVAL

Autores

  • Márcia Maria de Melo Araújo UEG

Resumo

Para esquematizar a criação literária portuguesa durante a Idade Média, Spina (1969) destaca dois movimentos literários e duas inconfundíveis individualidades artísticas: a floração trovadoresca, dos séculos XII-XIV, de D. Sancho I até a morte de D. Dinis; Fernão Lopes, com as bases científicas da historiografia; a floração dos poetas palacianos, séculos XV-XVI, nos reinados de Afonso V, D. João II e D. Manuel, compilados no Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende; e Gil Vicente, criador do teatro português. Com base no primeiro grande movimento literário do esquema de Spina, propõe-se um estudo sobre algumas cantigas de amigo galego-portuguesas de Airas Nunes (c. 1230-1289) e D. Dinis (1261-1325), por apresentarem a visão de um clérigo e de um rei, parte alta da pirâmide social da época e, ao mesmo tempo, por representarem aquele que compunha, cantava e podia instrumentar as cantigas. Delimitamos nossa pesquisa entre os séculos XII e XIV, pois no meio religioso, nas cortes aristocráticas e no meio urbano desse período, desenvolveu-se uma grande quantidade de obras literárias de vários gêneros como poesias, baladas, romances. Em decorrência dessa imensa quantidade de obras, foram escolhidas, para compor este projeto, inicialmente, as cantigas de amigo de dois importantes trovadores da Idade Média: Dom Dinis e Airas Nunes. No desenvolver da pesquisa, mudamos o foco, para analisar a imagem da mulher nas cantigas de amigo de importantes trovadores galego-portugueses. Entre esses, citamos Airas Nunes, Dom Dinis, Pero Meogo, Bernal de Bonaval, Nuno Fernandes Torneol, João Garcia de Guilhade, Johan Zorro e Fernando Esquio. Somam-se a isso que a leitura e a observação das fontes bibliográficas, a exemplo de Araújo (2013), Moisés (2005) e Nunes (1978), com o intuito de se realizar um estudo mais ampliado das questões aqui tratadas, podem permitir uma maior compreensão desse período e também do próprio viver contemporâneo.

Downloads

Publicado

2018-10-13

Edição

Seção

GT 3 (2015) - Literatura, Artes e Mídias