RELAÇÕES INTERSEMIÓTICAS EM “THE HELP” E A VERSÃO FÍLMICA “HISTÓRIAS CRUZADAS”

A NARRATIVA DE SI COMO FERRAMENTA DE LUTA E RESISTÊNCIA

Autores

  • Giselle Oliveira da silva Universidade Estadual de Goiás
  • Débora Cristina Santos e Silva

Resumo

Falar da mulher negra em um contexto histórico é retratar uma herança cultural, o sentido de poder feminino, e suas relações em um espaço territorial inserido em uma sociedade essencialmente patriarcal e eurocêntrica, para tal utilizaremos para esse GT o filme “Histórias Cruzadas”, como também o livro que lhe deu origem, e que tem o título de “The Help” (No Brasil, “A Resposta”), da autora Kathryn Stockett. Partimos de contribuições de autores como Lucia Santaella e Roman Jakobson, que nos deram a base das traduções semióticas; Francisco Thiago Silva (2011) e Kabengelê Munanga (1986/1994), que nos auxiliaram a compreender a necessidade da discussão racial em sala de aula; Marisa Lajolo(1999) e Gean Paulo Santana (2012) que enriqueceram nossa pesquisa sobre a literatura afro, bem como Maria Helena Menna Barreto Abrahão (2004), com observações sobre autobiografia e Elizeu Silva(2016) sobre a narrativa de resistência. A relevância da temática decorre da necessidade de por meio da história entender as conquistas dos negros, propondo também refletir que a década de 1960 foi uma década de significativas transformações políticas, culturais e comportamentais. Estudos dedicados à relação entre literatura e cinema são uma eficaz ferramenta para verificar as articulações entre distintos sistemas sígnicos, tais como o verbal/escrito e o audiovisual. Em sua condição de tradução intersemiótica, a adaptação fílmica é um privilegiado objeto para investigação científica no âmbito da literatura. Discutiremos a história de conquistas dos negros por meio do diálogo intersemiótico entre as versões literárias e fílmicas da obra, empregaremos também nessa discussão, as narrativas de resistência utilizadas pelas personagens. Associando ao contexto atual e brasileiro, apresentaremos a página do Facebook “eu empregada doméstica”, idealizada por Joyce Fernandes tencionando assim problematizar questões etnocêntricas e excludentes de uma classe intensamente objetivada, a das mulheres negras. Palavras-chave: Literatura. Cinema. Narrativa. Racismo. Mulher negra.

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Publicado

2019-01-30

Edição

Seção

GT 3 (2017) - Estudos pós-coloniais e pedagogia cultural: narrativas autobiográficas na perspectiva interdisciplinar