A ESCRITA E AS NOVAS TECNOLOGIAS NO CONTEXTO DAS MEDIAÇÕES PEDAGÓGICAS
Resumo
Este trabalho origina-se de um projeto de pesquisa apresentado ao Programa de Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias – MIELT, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade de Ciências Socioeconômicas e Humanas de Anápolis, Goiás e, através do qual, procura-se pesquisar, refletir e analisar quais os desafios encontrados por docentes e discentes do Ensino Médio na construção dos textos escritos frente ao acelerado desenvolvimento das tecnologias e mídias digitais em um contexto, por vezes, carente de mediações pedagógicas condizentes com o novo perfil de desenvolvimento cognitivo apresentado por nossos alunos. Esses egressos – em grande maioria – chegam à Universidade sem um mínimo de proficiência, não apenas nas áreas de seus cursos, mas até mesmo na própria língua materna. Sabemos que não há milagres; há, sim, um desenvolvimento cognitivo e intelectual que se inicia na alfabetização, consolida-se ao longo do Ensino Fundamental e Médio e que atinge a maturidade na academia, o que é bem enfatizado pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): “o aprimoramento do nível superior, por sua vez, está associado à capacidade de receber egressos do nível básico mais bem preparados, fechando um ciclo de dependência mútua, evidente e positiva entre níveis educacionais.” (BRASIL, 2008, p. 10). Na tentativa de compreender o resultado dessa dificuldade na produção de textos dos alunos do Ensino Médio através de dados das pesquisas aplicadas pelos sistemas de avaliação da educação brasileira disponíveis constatamos que, destes sistemas, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) – devido ao modelo subjetivo de avaliação aplicada – é o único que possibilita uma melhor avaliação das competências linguísticas ligadas diretamente à escrita. As notas obtidas pelos estudantes são utilizadas por diversas universidades públicas e privadas como componentes de seus sistemas de seleção e seus dados estatísticos também são utilizados pelo governo para definir políticas públicas educacionais. Entretanto, a importância dada por alunos à avaliação das competências de produção textual no ENEM está muito mais centrada na utilização das médias pelas universidades como forma de ingresso no Ensino Superior do que na relevância do aperfeiçoamento da escrita como fator de inserção social e cultural – até mesmo porque isso resulta do caráter de análise das produções textuais. E os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais+ Ensino Médio preocupam-se com essa inserção ao trazerem a proposta de um novo Ensino Médio “de forma a responder às transformações sociais e culturais do mundo contemporâneo” (BRASIL, 2002, p. 07). Lauro Carlos Wittmann (2004, p. 21), sobre o papel da educação formal, pondera “A intervenção educativa da escola só faz sentido se, de fato, contribuir para a formação das pessoas.” Essa formação perpassa pelas mediações pedagógicas que incentivam a leitura e a escrita como base primordial para o letramento – capaz de propiciar ao indivíduo a inserção social necessária ao seu aprimoramento intelectual e humano, tanto quanto laboral de forma digna e igualitária. Como forma de garantir o desenvolvimento progressivo das habilidades e competências que permitem o domínio sociolinguístico da língua, o processo de ensino-aprendizagem precisa ser mediado pelas tecnologias e mídias digitais disponíveis pedagogicamente, uma vez que essa é a realidade da geração atual chamada por Marc Prensky de “nativos digitais” – porque já nascem em contato com tais tecnologias – e isso, dentre outras coisas, “fez com que houvesse uma mudança cognitiva para o aprendizado por imagens e não mais só por palavras. E ao passo que nós dizemos que vamos entrar na internet, eles estão sempre na internet; sempre conectados.” (TOSCHI, palestra, 2012).Downloads
Publicado
2014-12-01
Edição
Seção
Comunicação Oral