O Romance Reportagem em História em Quadrinhos
Resumo
Histórias em Quadrinhos (HQ) são extremamente populares no mundo inteiro, tendo os Estados Unidos e o Japão como seus maiores e mais influentes mercados. Sua linguagem híbrida de imagem e texto atrai um enorme público, das mais variadas idades e classes sociais. Este status pode ser confirmado pelo simples fato que os principais jornais de grande circulação dedicam uma seção às tirinhas em quadrinhos, a forma mais básica de uma HQ. Além disso, o cartum, um nobre primo das HQ, também tem um importante espaço no mundo jornalístico, tendo um forte peso editorial e uma categoria própria no renomado prêmio Pulitzer de jornalismo. Estes fatos também demonstram a profunda relação que o jornalismo tem com a linguagem dos quadrinhos, mas esta relação se manteve num convívio bem apartado. Além do cartum, que não sofre essa restrição, as HQ sempre estiveram restritas às páginas de entretenimento e cadernos infantis. Foi apenas na década de 1990, com um jornalista chamado Joe Sacco, que tivemos os primeiros textos jornalísticos escrito em quadrinhos, dando início ao gênero Reportagem em Quadrinhos. Este artigo discutirá as características narrativas híbridas de uma história em quadrinhos e como as HQ de Sacco se aproximam de um Non-fiction Novel, gênero jornalístico conhecido no Brasil como romance-reportagem, além de abordar alguns exemplos do quadrinho jornalístico no Brasil.