O Ensino de Gramática em Detrimento da Análise Linguística: fragmentação da disciplina língua portuguesa
Resumo
Esta pesquisa perscruta a prática de ensino de Língua Portuguesa numa escola-campo localizada em Inhumas. A metodologia baseia-se numa pesquisa qualitativa realizada pela coleta dos seguintes dados: horário de aulas de língua portuguesa e relatório parcial da semirregência realizada na escola pelos alunos do 4º ano de Letras da UEG (Câmpus Inhumas). Como resultados, observamos o descompasso entre a prática fragmentada de ensino de língua portuguesa e as recomendações epistemológicas de Bagno (2002), Antunes (2003), Possenti (1996), Alkmin (2001) e OCEM (2006), quanto à análise linguística, em consideração às vertentes holísticas da língua, do texto e do discurso. Constatamos que o discurso ecolinguisticamente correto permanece na educação básica. Concluímos que o recrudescimento da consideração de variantes linguísticas certas e erradas é reforçado nas aulas fragmentadas de Língua Portuguesa, que valorizam a gramática normativa e obliteram o letramento e a formação cidadã pela diversidade da manifestação linguística em múltiplos sistemas semióticos.