INTERFERÊNCIAS DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NO TRABALHO E NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Palavras-chave:
Trabalho, Reestruturação Produtiva, Formação de ProfessoresResumo
Este estudo buscou elementos para uma análise teórico-conceitual do trabalho docente como uma categoria relevante na configuração do campo educacional. O objetivo da pesquisa foi o de analisar a reestruturação produtiva na sociedade contemporânea dando subsídio ao debate sobre o trabalho docente como uma categoria relevante para o campo da educação. Trabalho como ação criadora, pela qual o homem estabelece relações com a natureza e com os outros homens, ou seja se sociabiliza; e, educação como prática social, que garante aos docentes subsídios para a recomposição de sua força de trabalho. No contexto atual, emerge as implicações das novas formas de trabalho para o campo da educação, o que nos levou a refazer o percurso histórico do Estado contemporâneo, do bem-estar social ao neoliberalismo, considerando as contribuições da revolução técnico-científica para o campo. Esta discussão é embasada nas contribuições de Keynes (MOGGRIDGE, 1981), Hayek (1990), Bravermam (1981), Carnoy (2002), Libâneo, Oliveira e Toschi (2008). Para completar esse percurso, tornou-se necessário refletir sobre a formação e a profissionalização do professor, ou seja, os conhecimentos e o lugar social e ocupacional deste profissional, que desenvolve trabalho produtivo nas relações e interações que estabelece com o outro. Para esse intento, nos valemos das contribuições de Enguita (1991), Tardif; Lessard (2008) e Oliveira (2004, 2010). Assim, este estudo permitiu-nos ver o trabalho docente em sua totalidade, a partir de elementos-chave que envolvem a educação e seus trabalhadores inseridos no mundo produtivo, neoliberal e globalizado, mas que se estabelece enquanto prática social e política, que transforma a realidade e eleva professores e alunos a sujeitos da ação, construindo coletivamente a genuína sociedade do conhecimento.Referências
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