A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE AS VICISSITUDES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS EM GOIÁS E SEUS REFLEXOS SOBRE A PRÁTICA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE GOIÂNIA.

Resumo

A estruturação educacional historicamente esteve conectada e associada a conceitos políticos, econômicos e sociais. Atualmente sob os preceitos do neoliberalismo a educação vem enfrentando uma profunda crise, classificada como sendo uma crise de eficiência, eficácia e produtividade, oriunda do processo de expansão, difundida a partir da universalização estrutural da escola e dos processos educativos. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo analisar como as políticas públicas educacionais e a reestruturação produtiva interferem e potencializam a precarização da prática docente do professor de Educação Física de uma escola pública na região leste de Goiânia. Nosso referencial teórico foi elaborado com base em artigos, monografias, dissertações, teses e livros retirados dos principais bancos de dados como: Scielo; Google acadêmico; biblioteca digital da Unicamp; UFG e PUC, dentre outros. Desenvolvemos uma análise qualitativa dos fatos buscando aproximação ao paradigma Materialismo Histórico Dialético, foi adotado o estudo de caso buscando compreender a escola pesquisada e seus atores em seu contexto original, onde desenvolvemos entrevista semiestruturada, observação e pesquisa documental, por fim triangulamos, analisados e discutidos os dados encontrados ao longo da pesquisa. Nossa pesquisa apurou que na medida em que neoliberalismo avançou para dentro das instituições de ensino, são intensificadas as ações direcionadas a obtenção de resultados sob parâmetros mercadológicos. Constatamos que a precarização do professor de Educação Física assim como a dos demais professores, ultrapassa as más condições físicas e estruturais de trabalho, mas também, perpassa pela perda da autonomia pedagógica, pela ineficiência ou inexistência de uma formação qualificada, pela desvalorização profissional diante das novas demandas sociais, pela perda gradativa de garantia e manutenção dos direitos trabalhistas. E que o Pacto pela Educação em linhas gerais é uma política que se caracteriza pelo excesso de cobrança, pela meritocracia, pelos baixos salários, pelo baixíssimo investimento educacional, e pela repressão.