O Currículo Escolar nas Comunidades Kalunga: uma abordagem a partir da Escola Municipal Joselina Francisco Maia, Fazenda Engenho II, Cavalcante-GO

Autores

  • Maria Helena David de Borba

Resumo

Em Goiás, a presença negra tem um papel de grande relevância na sua formação étnica e na evolução econômica e social deste Estado, como referencia Baiocchi (2006). Carneiro (2010) pondera que, diante das condições sub-humanas em que viviam, os escravos negros passaram a reagir de diversas formas e uma delas eram as fugas que deram origem aos quilombos. Os kalungas são grupos remanescentes de quilombos que se espalharam por todo o Brasil e viveram em completo isolamento, praticamente esquecidas até despertarem o interesse de pesquisadores acadêmicos das cidades circunvizinhas. A ideia deste projeto nasceu do desejo da autora, enquanto historiadora, em realizar um estudo mais aprofundado sobre as comunidades kalunga no Estado de Goiás. Para conhecer melhor seu objeto de estudo, a pesquisadora fez algumas visitas informais no território kalunga onde observou elementos importantes que poderiam ser analisados e aprofundados, dentre os quais optou-se pelo estudo do currículo escolar aplicado na Escola Municipal Joselina Francisco Maia, fazenda Engenho II, cidade de Cavalcante-GO com o objetivo de compreender e analisar se o currículo aplicado na escola contempla o diálogo necessário entre o saber tradicionalmente construído e o saber oferecido pela escola formal. Sobre o Currículo, enquanto forma de organização de conhecimentos, entende-se que seu conteúdo é carregado de intencionalidade e, portanto, precisa estar aberto “às interações e criatividade dos agentes e atores internos e externos no ambiente escolar” (MOLINA, 2006). As práticas cotidianas daqueles que compõem a instituição de ensino devem ser consideradas no currículo. Em muitos casos, essas práticas podem permitir que o preconceito e a discriminação sejam institucionalizados ou que haja influência deste currículo na supressão de determinada cultura. Oliveira (2013) salienta que, “o Currículo e a Didática encontram possibilidades férteis de diálogo no terreno de pontos de convergência entre eles, como a recusa a uma pedagogia que não considera as diferenças culturais nas escolas”. Este projeto trata-se de uma pesquisa qualitativa que, segundo Severino (2007) permite ao pesquisador lançar mão de diversos tipos de procedimentos que darão maior relevância ao estudo.

Publicado

2014-08-04

Edição

Seção

Resumo Expandido