Escola Família Agrícola: uma pedagogia alternativa ontem e hoje

Autores

  • Fabiana Cristina Pessoni Albino

Resumo

A história das políticas públicas no Brasil é marcada por limitadas ações voltadas para a educação no/para o campo. Sendo assim, as famílias que vivem no meio rural sempre tiveram poucas opções para que pudessem proporcionar a oportunidade de estudos para seus filhos. Neste caso, ou as famílias migravam para os centros urbanos com o objetivo de levar as crianças e jovens para estudarem ou permitiam que eles fizessem apenas os estudos primários em escolas rurais destinadas à primeira fase do Ensino Fundamental. Como medida para atenuar a ausência de políticas públicas voltadas para a educação no campo, bem como criar possibilidades de permanência do jovem neste espaço, que segundo Pessoa (2007) vai além dos critérios geográficos, um grupo de trabalhadores aliados a membros da Igreja Católica viabilizaram a criação escolas rurais baseadas na pedagogia da alternância, uma metodologia que surgiu em 1935 na França, onde alguns pais preocupados com o êxodo rural idealizaram uma escola que unisse teoria e prática. Nela, os alunos permanecem uma semana na escola realizando estudos teóricos e aprendendo novas formas de lidar com a terra, depois voltam para casa, onde colocam realizam algumas atividades direcionadas pelos professores, bem como participam junto às famílias das atividades campesinas desenvolvidas na agricultura familiar. Sendo assim, um dos objetivos da escola é direcionar uma proposta diferenciada que alterna conteúdos escolares obrigatórios e técnicas agrícolas para melhoria da renda familiar e valorização de sua formação e trabalho. Foi, portanto com o objetivo de atender as necessidades das famílias agrícolas residentes na região do município de Goiás que foi criada a Escola Família Agrícola. Inicialmente, de acordo com dados coletados na pesquisa, a escola atendia uma grande quantidade de alunos provenientes de diversos assentamentos rurais. No entanto, observamos que nos últimos anos a quantidade de alunos vem diminuindo e pretendemos compreender como e porque isso vem acontecendo. Este trabalho pretende pesquisar quais os motivos que estão afastando os jovens da Escola Família Agrícola de Goiás, uma vez que a metodologia e pedagogia que fundamentam a escola são voltadas para atender as necessidades do jovem do campo. Pretendemos, a partir desta pesquisa, compreender se outras escolas têm sido procuradas pelos jovens provenientes dos assentamentos rurais, que modelos de escolas têm sido procuradas, em quê se baseia esta diminuição no número de alunos, se estas famílias deixaram de incentivar seus filhos a estudarem na EFAGO.

Publicado

2014-08-04

Edição

Seção

Resumo Expandido