MEDIAÇÃO DIDÁTICA NOS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: (des)encontros e provocações

Resumo

O presente texto é um recorte em que se apresentam os resultados da pesquisa realizada em nível de mestrado acadêmico. A pesquisa realizada teve como principal objetivo analisar a ocorrência da mediação didática nos ambientes de aprendizagem online. Optou-se por um estudo de natureza qualitativa, fundamentado nas concepções de Lüdke e André (1986). O aporte teórico que permitiu compreender a dimensão teórico-conceitual do problema estudado conta, principalmente, com Peters (2001, 2012), Moore e Kearsley (2013), Lenoir (2011), Toschi (2010), Libâneo (2005), D’Ávila (2002), Harasim et al (2005) e Alonso (2010). A coleta de dados aconteceu em um curso de especialização que tem como principal público alvo profissionais da educação. Os instrumentos utilizados foram questionários semiabertos direcionados aos cursistas e orientadores acadêmicos do curso, como também observação por meio de etnografia virtual, orientada pelos estudos de Hine (2005). A análise dos dados seguiu a técnica da análise de conteúdo, conforme orientada por Franco (2005). As categorias de análise se solidificaram em três sendo elas: a) o tempo e a educação a distância; b) a mediação didática; e c) a interatividade. A análise dessas categorias evidenciou que a mediação didática ainda não é uma realidade preponderante no ambiente virtual de aprendizagem. Infere-se, pois, que a mediação didática exercida pelo professor a distância ocorre a partir de suas próprias convicções sobre o que é interação, mediação e organização de um ambiente de aprendizagem online. Sendo assim, não é exercida igualmente por todos os que atuam na educação a distância (EaD), já que a opção pela organização didática e pelas intervenções feitas pelos mesmos não são consensuais. Nesse sentido, exercer a mediação didática nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) demanda a atitude e o esforço do professor a distância a partir de seus próprios princípios didático-metodológicos.