NARRATIVAS, VIVÊNCIAS E PERSPECTIVAS DE FORMAÇÃO HUMANA DE NEGROS HOMOSSEXUAIS NO ENSINO SUPERIOR
Palavras-chave:
Negritude. Homoafetividade. Interseccionalidade. Vivências. Fenomenologia.Resumo
O trabalho aqui apresentado é um recorte da pesquisa em andamento desenvolvida no PPG-IELT/UEG, na linha ‘Educação, Escola e Tecnologias’, cujo objetivo geral está em desvelar os sentidos e as implicações formativas no ensino superior que emergem das histórias de vida dos sujeitos constituídos na intersecção identitária entre negritude e homoafetividade. O aporte teórico utilizado refere-se à construção das identidades ligadas às relações étnico-raciais negras (RIBEIRO, 1995; MUNANGA, 2009; GARCIA, 2012) e às minorias sexuais (VECCHIATTI, 2012), bem como sua expressividade no campo educativo brasileiro, observando-se a sintonia de tal discussão com a desconstrução dos sentidos hegemônicos ocidentais de formação humana. Esse posicionamento tem sido assumido contemporaneamente por vertentes crítica e revolucionária do multiculturalismo (MCLAREN, 2000a, 2000b), a teoria queer (LOURO, 2015; MISKOLCI, 2015) e uma aproximação da teoria interseccional com essa temática (CRENSHAW, 1989; LORDE, [1983] 2009). Com base nos pressupostos constituintes dos estudos qualitativos e do método fenomenológico (SANDERS, 1982; MOREIRA, 2004), a entrevista aberta e os relatos autobiográficos (narrativas) de integrantes do ‘Coletivo Afrobixas’ – grupamento surgido na Universidade de Brasília, de militância social prioritariamente negra, mas que também contempla questões voltadas para a homoafetividade de seus membros – foram utilizados como instrumentos de pesquisa. As análises feitas até o momento têm demonstrado que as vivências formativas no ensino superior dos entrevistados encontram-se pautadas nos aspectos positivos e negativos da construção interseccional de sua(s) identidade(s) como negros homossexuais ao longo de suas vidas, sendo que sua participação no ‘Coletivo Afrobixas’ tem contribuído para a (res)significação dessa(s) identidade(s) e para a reflexão crítica sobre a normalização de modelos e valores socialmente hegemônicos, primeiramente no âmbito universitário e posteriormente no âmbito social, como meio de traçar caminhos de empoderamento pessoal e coletivo desses participantes.Downloads
Publicado
2016-11-22
Edição
Seção
Anais completos