POLÍTICAS DE APROVEITAMENTO DO RIO ARAGUAIA: UMA MEDIDA PARA CONTRAPOR A TEMPORALIDADE E O DISTANCIAMENTO DOS SERTÕES DE GOIÁS NO SÉCULO XIX.
Palavras-chave:
Sertão, Rio Araguaia, Goiás.Resumo
De acordo com os relatos de inúmeros viajantes que visitaram os sertões de Goiás no século XIX, é possível perceber que o isolamento da província é tido como um dos principais entraves ao seu desenvolvimento após o esgotamento da produção aurífera. Pela análise da produção historiográfica do século XIX e XX, nota-se uma forte tendência da aceitação de que após o período de intensa exploração mineratória no século XVIII, o território goiano teria entrado em profunda “decadência”. Esse conceito foi vastamente utilizado pelos viajantes europeus e se tornou tendência no discurso das elites políticas, principalmente pelos presidentes da província, e até mesmo por historiadores. Desse modo, esta reflexão busca analisar no discurso do presidente da província Joaquim de Almeida Leite Moraes, a visão de um Goiás atrasado e decadente, mostrando suas ideias e argumentos políticos para reverter este cenário, visando integrar a província ao império, por meio da utilização das vias fluviais. Segundo Moraes, o aproveitamento dos rios Araguaia e Tocantins para a navegação seria a solução para retirar Goiás do “isolamento”, e a melhor maneira para estabelecer o comércio com as províncias do Mato Grosso, Pará e Maranhão. Desta forma, poder-se-ia ajustar o sertão goiano aos padrões modernos e civilizados, iniciados no início do século, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil. Importante lembrar que a defesa de investimentos nas vias fluviais como meio de transporte foi defendida também por outros administradores de Goiás, como por exemplo, Couto de Magalhães.Downloads
Publicado
2016-11-24
Edição
Seção
Anais completos