IOS, AYUDA ET SANCT YAGUE: SÃO TIAGO MATAMOROS NA HISPANIA MEDIEVAL

Autores

  • Cristiane Sousa Santos
  • Renata Cristina de Sousa Nascimento

Palavras-chave:

Poder, Representação, Peregrinação, Mouros

Resumo

O mito jacobeu movimentou o Ocidente medieval. Sedentos por alcançar uma graça, uma indulgência ou em clamor por sua salvação, peregrinos de todos os redutos do Ocidente cristão se direcionaram ao Caminho de Santiago com o intuito de reverenciar e tocar as relíquias do Apóstolo Tiago, o Maior. Entretanto, para o olhar do contemporâneo aceitar que um discípulo de Jesus tenha evangelizado e sido sepultado em local tão distante da Palestina, suscita certa desconfiança. No entanto, os peregrinos das mais diversas camadas sociais empreenderam a peregrinação de forma entusiástica e no século XII a peregrinação a Santiago de Compostela era o destino favorito dos cristãos. A providencial descoberta do sepulcro de S. Tiago foi substancialmente importante para os cristãos da Península Ibérica, seja do ponto de vista, político, econômico ou cultural. Empreendendo uma luta territorial e religiosa contra os muçulmanos de Al Andalus – a Península Ibérica foi tomada pelos muçulmanos no século VIII - que os cristãos da Península Ibérica transformaram a imagem de seu santo patrono, São Tiago. Em princípios do culto jacobeu no pequeno reino das Astúrias, Tiago é representado através da iconografia e das narrativas, ora como pescador, ora como peregrino. Contudo, essa imagem se transformou na do cavaleiro matamoros, o Santo que guiava seus devotos na luta contra os infiéis pela Reconquista. Nesta comunicação visamos analisar a importância que o Culto a São Tiago, através das narrativas contidas no Liber Sancti Jacobi, representou para a legitimação dos reinos da Hispania e a afirmação da tradição cristã frente aos mouros que ocuparam a região.

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Publicado

2016-09-21