Conflitos identitários: a relutância da sociedade brasileira em promover a cultura indígena na contemporaneidade
Resumo
A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 assegura que “o ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia” (MEC, 1996) uma vez que ocorreu a mistura entre índios, negros e brancos. A miscigenação fundamentou o mito da “democracia racial” e homogeneizou a nação brasileira, nossa cultura é refletida ainda nos dias atuais por uma narrativa nacional, oficial e conservadora. Diante disso, pretende-se refletir sobre os problemas identitários em nossa sociedade; o processo de marginalização das culturas afro-brasileiras e indígenas resultou em um distanciamento e apagamento histórico de nossas raízes? Tenciona-se investigar por que a obra, A temática Indígena na Escola: Novos Subsídios para professores de 1º e 2º grau (SILVA & GRUPONNI, 1995) que reúne coletâneas de artigos de distintos pesquisadores brasileiros com o intuito de estabelecer diálogos com as diferenças em uma linguagem acessível para sala de aula, não é utilizada cotidianamente pelos profissionais de ensino. É sintomático perceber que os estigmas e preconceitos descontruídos por esses pesquisadores a mais de vinte anos atrás ainda são praticados nos nossos dias? Que reflexões podemos propor para resgatar a importância indígena em nossa vivência?