Estereotipias em equinos embaidos

Resumo

O bem-estar animal vem sendo discutido com maior intensidade desde 1964 quando Ruth Harrison publicou o livro ‘’Animal Machine’’ (Maquina Animal), que chocou Londres quando expos os maus tratos que os animais eram submetidos e trouxe a tona o assunto na sociedade da época, levando a criação do Comitê Brambell que definiu as cinco liberdades para o bem-estar animal, sendo elas: Liberdade fisiológica (livre de fome e sede), Liberdade Ambiental (Livre de desconforto), Liberdade sanitária (livre de dor, doença e ferimentos), Liberdade Comportamental (livre para expressar o seu comportamento normal) e Liberdade Psicológica (livre de medo ou angústia). Como animais sencientes e considerando os hábitos e o habitat da evolução do equino e conhecendo o ambiente proporcionado pelas baias que priva o animal de sua liberdade comportamental e psicológica era de se esperar o desenvolvimento de estereotipias (Um tipo de comportamento obsessivo sem qualquer objetivo), em decorrência da ociosidade e tédio que este tipo de ambiente proporciona agravando o nível de estresse no animal, na maioria das vezes este comportamento some quando o animal é solto. Os tipos mais comuns de estereotipias que acometem os equinos são: síndrome do urso (movimentos de balanço), escoicear o cocho, aerofagia com ou sem apoio, arraste das patas, balanço da língua e cabeça. Esse tipo de comportamento na maioria das vezes causa prejuízos ao animal e a propriedade, e pode ser tratado com manejo adequado fazendo com que o animal tenha um período de descanso em lugar aberto e rotina de exercícios. O comportamento estereotipado também pode ser visto como indicador de saúde abalada, situações de estresse afetam diretamente a fisiologia do animal podendo causar patologia dos órgãos entre outros problemas de saúde. No caso dos equinos os problemas mais comumente observados são hipertensão, ulcera gástrica, problemas dentários e emagrecimento crônico.  O combate da estereotipia deve ser feito via causa, sendo ela um problema de saúde, frustração, comportamento alimentar atípico, estresse social ou falta de contato com outros equinos e não no comportamento em si, visto que alimentação e manejo são a melhor forma de se iniciar a correção.