SOBRE AGENCIAMENTOS TERRITORIAIS URBANOS: POSSÍVEIS DIFERENCIAÇÕES QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS NOS MODOS DE OCUPAÇÃO MASSIVA DE ALGUNS LUGARES ABERTOS E PÚBLICOS [OU QUASE] NA CIDADE DE SÃO PAULO
Resumo
O artigo tem como leitmotiv a investigação de agenciamentos e construção de situações urbanas e arquitetônicas a partir do reconhecimento e mapeamento de micro-dinâmicas – “marginais”, efêmeras e/ou massivas - sociais existentes, independentes ou a partir da presença ou montagem de suportes arquitetônicos, capazes de funcionar como motores de fortalecimento de outras lógicas urbanas, de diferentes processos – diferenças qualitativas e quantitativas (de intensidade) - de estruturação e movimentos de reterritorializações momentâneas de alguns territórios da cidade de São Paulo.
A partir de uma tentativa de formulação e questionamento de possíveis lógicas subjacentes (talvez invisíveis) em relação àquilo que se vê como mais visível ou aparente nessas formas de estruturação do espaço e expressão das dinâmicas, pois, seguindo Milton Santos, é possível sempre haver uma diferença entre forma e conteúdo, entre a expressão do território e suas lógicas constitutivas.
Como acontecimentos apropriativos espaço-temporais, observamos movimentos de desprogramação e reprogramação de alguns territórios do espaço urbano da cidade de São Paulo – lugares de concentração massiva, efêmera e plural, com certa duração e periodicidade, em espaços abertos - e a formulação de algumas hipóteses iniciais sobre esses processos de ocupação e apropriação distintos, que nos interessam destacar: apropriações/situações autoritárias, apropriações/situações indutivas e apropriações /situações espontâneas. Ressalta-se que conceitos foram convocados como forma de construção de um juízo reflexionante mais aprofundado, para além do mais visível e aparente e uma forma de nos afastarmos de exageradas subjetividades.