FORMA ESPACIAL DE PRAIAS EM NATAL
Resumo
Este artigo compara a forma espacial de três praias em Natal (RN), como parte da tese que relaciona Arquitetura e Sociedade nestas áreas. A Arquitetura é interpretada como o conjunto de Configuração Espacial, Forma Edilícia e Atividades. As praias são importantes espaços de socialização e lazer, intensamente e diversamente utilizadas. Os objetos de estudo são praias urbanas com atributos naturais comparáveis, mas com arquiteturas distintas que acreditamos relacionar-se a modos variados de interfaces sociais, que são, de maneira geral, vistas como cruciais para frequentá-las ou evitá-las. A Redinha é vista como remota, a Praia do Meio como degradada e Ponta Negra como a praia da classe média e do turismo. No foco deste artigo, considerando a configuração espacial de Natal, as praias mostraram-se bastante fragmentadas do restante da malha, inclusive a praia do Meio: apesar de metricamente próxima do Centro Antigo e do Centro Ativo da cidade, é distante topologicamente. Quando comparamos a localização das praias, a Redinha aparece como a mais segregada em todas as escalas de análise, mas também a mais coerente entre suas medidas de desempenho espacial, a Praia do Meio como acessível em escala global, mas fragmentada do seu entorno, e a Praia de Ponta Negra acessível e com bons níveis de correlações em escalas intermediárias de análise. Comparando forma edilícia e atividades, as praias apresentam perfis contrastantes: a Redinha mais simples, a praia do Meio diversa entre si e Ponta Negra um complexo turístico. Ainda assim, a localização de usos voltados para as comunidades locais recorre a lógicas semelhantes. Em momento seguinte, abordaremos Sociedade através da aplicação de questionários nas áreas, investigando suas lógicas espaciais. Esperamos, assim, descobrir se a combinação de certas variáveis pode contribuir para promover espaços com interfaces sociais mais vivas e inclusivas.