SABERES E FAZERES: UMA NARRATIVA PARA ALÉM DOS SENTIDOS NO ROMANCE “TORTO ARADO”, DE ITAMAR VIEIRA JUNIOR.

Autores

  • Wagner Pereira de Souza PPGLetras - Sinop/MT - UNEMAT

Palavras-chave:

Literatura Afro-brasileira. Romance “Torto Arado”. Protagonismo feminino. Itamar Vieira Junior.

Resumo

Este trabalho analisa algumas vertentes que emergem da literatura afro-brasileira no romance contemporâneo “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior. Nesse sentido, é colocado em evidência relações multissignificativas, entre outras, essa narrativa questiona com profunda veemência a questão escravagista em solo brasileiro, tema esse, mal resolvido até os dias atuais. Nesse prisma, a obra reflete sobre novas formas de escravidão e da vida sofrida do sertanejo no recôncavo baiano. As práticas místicas também ocupam lugar de destaque, assim como o forte protagonismo feminino. Somado a isso, é ressaltado também sobre as questões políticas; o denso apego à terra em que vivem as personagens e como lidam com esse confronto. Para explicitar esses fatos são adotadas algumas teorias que discutem ideias inerentes a essa narrativa. Entre as principais estão: Spivak (2010), por trazer conceitos em relação a subalternidade, o lugar desse subalterno pré-estabelecido socialmente e sua relação com essa realidade; Carvalho (2008), em virtude de suas contribuições sobre o estudo que reflete acerca do trato com o(s) outro(s) e como pensar esse outro de maneira coerente; Bruce-Mitford (1997),  suas contribuições são efetivas para análise do evento religioso Jarê – elemento forte na narrativa – e também identificar a relação do mesmo desde a estrutura até os pormenores da obra;  Duarte (2008), pelos estudos sobre os cinco principais conceitos estabelecidos por ele para identificar se uma produção pertence à literatura afro-brasileira são fulcrais para a referida análise. Nesses termos, são desenvolvidas as relações de estudo sobre o romance “Torto Arado”.

Referências

BANAGGIA, Gabriel. Conexões afroindígenas no jarê da Chapada Diamantina. – Revista de antropologia da UFSCar R@U, 9 (2), jul./dez. 2017: 123-133 – disponível em: http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2017/12/07_Gabriel_Banaggia.pdf - acesso em: 08 de jul. de 2021.

BRUCE-MITFOR, Miranda. El Libro Ilustrado de Signos y Símbolos - Editorial Diana, S.A. - Colonia Del Valle. México: 1997.

CARVALHO, Ruy Duarte. Tempo de ouvir o ‘outro’ enquanto o “outro” existe, antes que haja só o outro... ou Pré-manifesto neo-animista. Tinta da China & Fundação Calouste Gulbenkian, 2008. [texto disponibilizado em pdf pela professora Vera Maquêa]

DUARTE, Eduardo de Assis. Por um conceito de literatura afro-brasileira. Revista: LITERAFRO/2008 – disponível em: www.letras.ufmg.br/literafro - [texto disponibilizado em pdf pela professora Vera Maquêa]

HALL, Stuart. Da diáspora identidades e mediações culturais. Editora UFMG – Belo Horizonte, 2003.

MAQUÊA, Vera. Disciplina: Literaturas e culturas Ibero-Afro-Americanas. PPGEL/UNEMAT – Tangará da Serra: 2021/1.

SPIVAK, Gayatri Chakravorti. Pode o subalterno falar? – Editora UFMG: Belo Horizonte, 2010.

VIEIRA JUNIOR, Itamar. Torto Arado. Todavia – São Paulo: 2019.

Downloads

Publicado

2022-06-26