LA HISTORIA AL REVÉS: O DIALOGISMO ENTRE HISTÓRIA, LITERATURA E MEMÓRIA NO TEXTO GALEANO
Palavras-chave:
Dialogismo. História. Literatura. Memória.Resumo
A densa trajetória de mulheres e homens enquanto sujeitos sociais é profundamente marcada por questões discursivas, pela construção ininterrupta de diálogos múltiplos que vão se entrelaçando e dando forma aos complexos contextos culturais e sociais. Esses diálogos concretizam as relações passadas e presentes ligando tanto os sujeitos que delas participam como os que deles descendem. Sendo assim, a presente pesquisa teve como objetivo compreender como se dá o dialogismo entre História, Literatura e memória na tessitura composicional e seus desdobramentos na obra em análise. A metodologia adotada contou com a revisão bibliográfica, almejando uma fundamentação teórica que propicie o desvelamento do tema apresentado. Os diálogos dos acontecimentos históricos-sociais, quando preservados na memória do coletivo, seguem atravessando as gerações futuras e mantêm viva as posturas de resistência na tentativa de que eventos históricos traumáticos como os das ditaduras não se repitam. Nessa urdidura o escritor Eduardo Galeano registra em seu livro Memória do Fogo: o século do vento (1998) memórias das ditaduras da América Latina que não foram contempladas pela História oficial. Por consequência, estabeleceu um forte dialogismo com os sujeitos atingidos pelas ações deste período sombrio. Nos registros literojornalísticos de sua obra ele preserva a memória dos acontecimentos não ouvidos por essa historiografia oficial, possibilitando que eles continuem ecoando na memória das gerações presentes e futuras num anseio humano de que as histórias desta barbárie não se repitam no futuro.