NÃO É FÁCIL NÃO: A VARIAÇÃO DA NEGAÇÃO SENTENCIAL EM GOIÁS-GO

Autores

  • Vander Simão Menezes Universidade Estadual de Goiás - Campus Cora Coralina (Goiás/GO)
  • Marília Silva Vieira

Palavras-chave:

Variação linguística. Português Brasileiro. Línguas bantas. Cidade de Goiás-GO. Negação sentencial.

Resumo

O objeto deste estudo é o fenômeno de variação da negação sentencial. Observamos, no Português Brasileiro, a ocorrência da negação em três diferentes posições em relação ao verbo: pré-verbal (NEG+V) – NEG1; duplamente marcada, antes e depois do verbo (NEG+V+NEG) – NEG2; e pós-verbal (V+NEG) – NEG3. O fenômeno em questão é objeto de diversos trabalhos, tais como: Avelar; Silva; Almeida (2013); Cavalcante (2007); Furtado da Cunha (2001); Nascimento (2014); Rocha (2013) e Sousa (2012). Orientamo-nos, para este estudo, pela Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1978; LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) e pela concepção de que o Português Brasileiro se consolidou como uma língua ímpar devido a uma série de fatores, como o contato entre línguas ocorrido ao longo da história nacional (AMARAL, 1976; BORTONI-RICARDO, 2021; LIPSKI, 2008; LUCCHESI, 2017). Lançou-se mão do banco de dados de dois grupos de estudo: do Grupo de Estudos Funcionalistas, da Universidade Federal de Goiás (GEF/UFG); e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Sociolinguística, da Universidade Estadual de Goiás (Sociolinco/UEG/Cora Coralina). Utilizamos o R (R CORE TEAM, 2013) para o tratamento estatístico dos dados (OUSHIRO, 2017). Verificamos que as chances de NEG2 ser empregada são maiores na amostra coletada em 2003, com informantes do sexo masculino e de primeira faixa etária. No que se refere às variáveis linguísticas, constatamos que, quando a informação é diretamente ativada no discurso, as sequências discursivas avaliativas e dialogais, as orações absolutas, a ausência de marcadores discursivos aumenta as chances de que NEG2 ocorra.

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Publicado

2022-06-26