RECEPÇÕES DE “O CONTO DA AIA”: DO LIVRO À SÉRIE

Autores

  • Amanda Pereira Rocha UEG
  • Marcelo Gustavo Costa de Brito UEG

Palavras-chave:

Distopia. Feminismo. Extrema-direita. Fascismo.

Resumo

Em 1985, a autora canadense Margaret Atwood lançava o livro The Handmaid's Tale (O Conto da Aia), uma premiada ficção especulativa que projetava um futuro no qual as mulheres perderiam seus direitos civis e serviriam a um Estado fundamentalista como reprodutoras, cumprindo o seu “destino biológico”. Três décadas depois, em 2017, o romance foi adaptado para a televisão e se tornou uma série de enorme sucesso mundial. Se parte dessa expressiva repercussão se explica pela maior circulação da narrativa de Atwood em formato audiovisual, a recepção da obra não pode ser afastada das movimentações políticas daquele momento, com a ascensão internacional da extrema-direita e a maior visibilidade da luta pelos direitos das mulheres. Neste estudo, procuramos identificar alguns sentidos colocados em circulação pela série, em especial a apropriação que dela foi feita pelos movimentos feministas nos anos seguintes ao seu lançamento, marcando como a distopia atwoodiana, nos anos 1980 considerada improvável e distante, ganhou expressividade e atualidade na segunda década do século 21.

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Publicado

2022-06-26